NOTÍCIAS, OPINIÕES E FATOS

* Articula-se nos "esconderijos do Palácio Tiradentes, sede da prefeitura de Cabo Frio, sem nenhuma transparência, uma negociação que licitaria a Dívida Ativa do município. Segundo fontes internas, é um negócio que renderia ao município 290 milhões de reais de forma parcelada. A metodologia de como seria feita a negociação está guardada a sete chaves. Tudo ao gosto do mandatário, que acha que não deve nenhuma satisfação a sociedade de um ativo que pertence a ela. A publicidade é um dos pilares básicos da administração pública, mas para "eles" isso é só um detalhe.

* Com uma estrutura arcaica, incapaz de fazer uma efetiva cobrança deste ativo municipal, o "novo" velho governo Alair negocia a privatização da cobrança desta dívida sem fazer uma criteriosa auditoria para saber se os valores estão sendo bem negociados ou não. Há um grande pressa de colocar dinheiro nos cofres públicos pra fazer face as despesas não pagas, algumas fruto do esbanjamento de 2013 e 2014. A redução orçamentária em 2015 não pode servir de desculpa para fazer qualquer negócio com o dinheiro público.

* A Secretaria de Fazenda tem que vir a público explicar detalhadamente esta operação. A Câmara de Vereadores tem a obrigação de fazer uma rigorosa fiscalização de todo este processo. Este "patrimonialismo colonial" ainda presente em nossa cidade precisa acabar. A não separação entre o que é público e o que é privado tem sido marca das administrações de Alair e Marquinhos. Tratam a coisa pública como se fosse um "negócio de família". A população de Cabo Frio não pode mais tolerar tamanha arrogância e empáfia de quem tem a obrigação de prestar contas publicamente do que faz com o patrimônio do município.

* Estaremos de olho vivo nesta operação, pois se dependermos da Câmara do silêncio.............. ferrados. E tem vereadores que se dizem de oposição. Só se engana quem quer !!

* É no mínimo estranho que uma autarquia em vias de extinção, conforme anúncio oficial deste "novo" velho governo Alair, como é o caso da Consercaf, continue recebendo recursos vultuosos sem uma destinação muito clara. São mais de 33 milhões de reais de suplementação orçamentária, cuja publicação não especifica onde serão investidos.

* Transparência com o uso do dinheiro público nunca foi o forte "destes caras". A subalterna Câmara de Vereadores fez "golpe de vista" e aprovou sem maiores delongas. Depois tem vereador lá que se diz oposição e que está atento as ações do executivo no manejo dos recursos públicos. É uma grande enganação. Uma grande encenação !!

* Esta extinção da Consercaf será tão nebulosa como foi a da Secaf e anteriormente a da Procaf. Os balanços destas autarquias não passam pelo crivo da Câmara e nenhum vereador, em várias outras legislaturas, jamais fez qualquer tipo de ação para mudar este quadro.

* Para refrescar a memória dos esquecidos. Quando Alair venceu as eleições, prometeu uma rigorosa auditoria no governo anterior de triste memória do ex-prefeito Marquinhos Mendes. Um dos alvos era a Secaf. Disse publicamente que tinha encontrado desvios e irregularidades insanáveis na autarquia e o único caminho era fechá-la. Depois se calou convenientemente "alertado" pelo ex-prefeito que também tinha algo a falar sobre a Procaf no antigo governo Alair.

* Pergunto: Depois disso você viu alguma divulgação das irregularidades, seus autores e o montante de dinheiro público desviado ? Você viu alguma Ação Civil Pública impetrada pela procuradoria municipal para reaver este dinheiro desviado ?
Estas autarquias são "dutos" que durante anos vem servindo a toda espécie de desvio de dinheiro público !!

* Pois é, e ainda tem um monte de gente que acredita que eles são de fato adversários. Um tem o "rabo preso" com o outro e se um dia vislumbrarem a possibilidade de serem derrotados eleitoralmente em Cabo Frio, serão capazes de se unir de novo com aquele "velho discurso canalha" que já usaram várias vezes: "É tudo pelo bem da cidade."

* Só se engana quem quer ou quem tem motivos inconfessáveis para "engolir" este que é o maior embuste eleitoral do município !!

* A Revista Cidade publicou esta semana importante matéria sobre a movimentação dos ativistas cicloviários da cidade. Confira abaixo:

"Cicloativistas se reúnem para discutir mobilidade urbana em Cabo Frio.

O encontro aconteceu na tarde do sábado, dia 4, na sede da UniAmacaf (União das Associações de Moradores de Cabo Frio), em Cabo Frio. O motivo da reunião foi discutir as dificuldades enfrentadas pelos ciclistas para trafegar por Cabo Frio.
A discussão, nascida nas redes sociais, motivou velhos e novos ciclistas que se encontraram para tentar buscar maneiras de sensibilizar o poder público da necessidade de disciplinar o trânsito de bicicletas, com a criação de ciclovias e sinalização adequada.
A cidade de Cabo Frio, que conta com uma das mais antigas e ativas associações de ciclistas da região, a Acicaf, tem visto o interesse pelo uso de bicicletas aumentar nos últimos tempos. Muito disso se deve ao passeio semanal noturno organizado por ciclistas independentes, o Bike Night. O evento ganhou a simpatia da população e tem sido um promotor da atividade, angariando novos adeptos e chamando a atenção para o tema.
Estiveram presentes perto de 15 ciclistas e também membros de entidades representativas da comunidade. As reclamações são as mesmas para todos: dificuldade para trafegar. O experiente ciclista Washington Diniz, um dos organizadores do Bike Night, relatou como foi a sua chegada ao encontro. "Vinha aqui pela Avenida Assunção, vi que vinha um ônibus atrás e fiquei na minha mão, e ele passou a 1cm do meu braço!"
Em toda a cidade são muitos os exemplos de ciclovias mal traçadas, abandonadas, sem sinalização, ou que não levam a nenhum lugar, como é caso da Rua Joaquim Nogueira, da Praia das Palmeiras e da Praia do Forte.
"Considero um marco essa reunião", disse o ciclista Marcílio Ferreira, que tem se empenhado para apresentar alternativas para resolver o problema. Quando vereador, fez várias indicações de construção de ciclovias e facilidades para os ciclistas, e tem pronto um projeto de Mobilidade Urbana que será avaliado pelo grupo.
Os ativistas farão nova reunião no próximo sábado para tomar ciência do projeto de Maurílio Ferreira, e determinar quais os próximos passos do movimento."

* Esta é uma pauta de toda a sociedade, não só no Brasil como em várias partes do mundo. Um modelo de cidade sustentável é possível, um novo projeto de mobilidade urbana para as grandes e médias cidades é factível e precisa cada vez mais do apoio da população. Cabo Frio, pelas suas características geofísicas, é uma cidade ideal para ter um projeto integrado de ciclovias e ciclofaixas. Faltou para isso vontade política dos governantes nas últimas décadas.

* O nosso blog tem tentado forçar já a algum tempo este debate com uma campanha institucional chamada "CICLOVIAS JÁ", onde publicamos notícias e artigos que estimulam e mostram as vantagens e benefícios desta alternativa de transporte e lazer.
Estamos a disposição para colaborar nas futuras atividades.

* Comunicado importante do Sepe Lagos:

Companheir@s,
Serve a presente para encaminhar a Decisão de Antecipação de Tutela abaixo, proferida pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Cabo Frio, que julgou procedente o pedido do SEPE LAGOS para que o Município de Cabo Frio restabeleça o repasse mensal devido ao sindicato, bem como se abstenha de realizar futura retenção de valores, sob pena de multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais).
O caso decorre dos contínuos atrasos e retenções do repasse sindical voluntário pela administração municipal, que chegou ao cúmulo de reter os três primeiros meses do ano, mesmo descontando regularmente no contra-cheque dos servidores filiados.
A magistrada alegou que o caso em tela não apresenta complexidade jurídica, tendo em vista que a contribuição sindical, com fulcro no art.548 da CLT, é devida pelos filiados ao Sindicato, destinando-se à manutenção da pessoa jurídica na consecução de suas atividades.
Assim, se comprova que o Município exerce apenas a função de depositário, não sendo proprietário dos valores retidos.
Evidentemente que desta decisão cabe Recurso, mas o DJ em mais um trabalho conjunto, vem defendendo arduamente os interesses e direitos do SEPE e de seus filiados.

Processo nº: 000570604.2015.8.19.0011 - Parte fundamental da sentença:

"O direito pleiteado pelo autor apresenta verossimilhança, eis que o que se verifica, em sede de cognição sumária, é a retenção pelo Município de valores pertencentes ao autor. Isto posto, pressentes os requisitos do art.273 do CPC, defiro a antecipação da tutela para determinar que o réu restabeleça o repasse mensal devido ao autor, bem como se abstenha de realizar futura retenção de valores, sob pena de multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais), limitados a R$100.000,00 (cem mil reais)."

* Estes "caras" não se emendam. Querem reter o dinheiro do trabalhador de forma unilateral e ilegal. Justiça neles !!

* Notícias de Tamoios do blog do Gilmar Aguiar:

• Um pequeno grupo de colonos tamoienses vem se encontrando com os políticos da corte cabofriense na tentativa de buscar melhorias para a colônia. Se vão conseguir algo ainda não sabemos, mas os políticos ávidos por cabos eleitorais, estão tendo verdadeiros orgasmos nestes encontros.
• A fidalguia da corte cabofriense anda meio assustada com as ações de uma revolta articulada de sindicatos e movimentos sociais. Parece que o ronco da plebe faminta começa a assustar as mesuras das cortesãs palacianas, fazendo o caviar descer um tanto indigesto. Os revoltosos combinam ações de guerrilha na Câmara Legislativa, nas ruas e nos portões do Palácio Real. As corruptelas biroscais estão ardendo em chamas conspiradoras.
• Na colônia, a Rodovia da Morte continua seu calvário com acidentes fatais. Os colonos precisam pedir ao Deputado Estadual de Cabo Frio que traga novamente o Governador para visitar a UPA, que desde a última visita o estado não pinta, não sinaliza e não recapeia a rodovia. Detalhe: o governador acabou descendo na colônia de helicóptero. Vamos trabalhar e parar de comer merenda deputado.
• Por falar em merendeiros, os vereadores de Cabo Frio aprovaram a lei que autoriza o prefeito a contrair mais de 400 milhões aos bancos a juros estratosféricos para serem pagos após 2016, ou seja, depois do seu mandato. Curioso é que a lei aprovada não obriga o prefeito a apresentar as contas do município e nem que ele apresente um plano de pagamento ou de gastos. Falta saber quanto foi a comissão, pois vai ter muita limusine como carro de som em outubro de 2016.

* O Diretório Municipal do PSOL Cabo Frio promove neste sábado, 11 de julho, as 16 horas, reunião ampliada, aberta ao público, para discutir o momento político municipal e nacional, organizar as ações preliminares para as eleições de 2016 e abrir o partido as novas filiações. O encontro será no Sindicato dos Propagandistas, situado na Av. Assunção, 471 - sala 03 - Centro.
Para aqueles querem conhecer o partido é uma boa oportunidade.

* O PSOL é uma alternativa política de independência a esta pseudo-polaridade formada por alairzistas de um lado e marquinistas/janistas de outro, que governam a cidade há 20 anos. Ora são aliados, ora são adversários, de acordo com suas conveniências. O resultado prático desta "governança" está estampado no caos que encontramos hoje na cidade em várias áreas da administração pública, mas principalmente na saúde, educação, habitação popular e geração de emprego e renda. É fundamental lutarmos pela mudança deste modelo de gestão pública implantado, que reconhecidamente se mostrou incompetente e sem nenhuma transparência ao longo de todos estes longos e tenebrosos anos.

* Esta matéria é para destruir o discurso canalha do "pilantra federal", Eduardo Cunha(PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, quando diz que a Câmara deve fazer o que a maioria do pais quer como no caso da aprovação da redução da maioridade penal. Que tal cumprir a vontade da maioria da população com relação ao financiamento privado de campanhas eleitorais ?
O pulha aprovou o financiamento privado contra a vontade do povo porque interessava a ele e seus cúmplices nos trambiques eleitorais. A vontade da maioria é só quando combina com seus interesses espúrios. Como dizia Cazuza: "Suas ideias não correspondem aos fatos".

* Resumo da matéria de O Globo:

"Pesquisa feita pelo Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira mostra que 74% dos brasileiros são contra o financiamento de campanha por empresas privadas. Outros 16% são a favor e 10% não sabem. Segundo o mesmo levantamento, 79% dos entrevistados acreditam que as doações de empresas estimulam a corrupção. A pesquisa foi encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), defensora do fim do financiamento empresarial.
Quanto maior a escolaridade, maior a defesa do fim desse tipo de financiamento: 80% entre os que têm curso superior, 77% no grupo com ensino médio, e 68% entre aqueles apenas com o fundamental. Em relação à renda familiar, o grupo que mais se opõe ao financiamento empresarial é aquele que recebe entre cinco e dez salários mínimos: 82%. Os homens (78%) querem mais o fim do financiamento empresarial que as mulheres (70%).
Enquanto 79% dos entrevistados acreditam que o financiamento empresarial estimula a corrupção, 12% acham que não há relação entre as duas coisas. Para 3%, ocorre exatamente o oposto: esse tipo de financiamento combate a corrupção. Outros 6% não souberam responder essa pergunta.
Todos os partidos com representação na Câmara dos Deputados, com exceção do PSOL, receberam doações das empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Só no caso da delação do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, 15 partidos estão diretamente envolvidos, da base de apoio ao governo e da oposição de direita, naquilo que hoje todos sabem que trata-se de dinheiro sujo, fruto da corrupção.
As críticas do presidente desta Casa, deixa claro que para ele pesquisa boa é aquela cujo resultado coincide com seu ponto de vista, o resto é manipulação. Chega a questionar até quem contrata a pesquisa, como se isso tivesse relação com o resultado. A pergunta que foi feita é bem objetiva. "Você é a favor ou contra que empresas privadas possam financiar as campanhas de partidos?"
É óbvio que para quem teve 97,9% de sua campanha financiada por empresas, aceitar a vontade da maioria não parece ser algo muito confortável."

* Este banner é o retrato do senso comum que impera numa parcela significativa da população brasileira: "Bandido bom é bandido morto"
Entretanto, na grande maioria dos casos, a valentia é apenas para os bandidos pretos, pobres e favelados. A maior parte são criminosos comuns, praticantes de assaltos e roubos, embora tenha também uma parcela de homicidas. A mesma indignação e valentia não se vê contra políticos corruptos e ladrões do dinheiro público, que com suas ações desviantes no exercício da função pública "matam" até mais que os bandidos comuns. Alguns destes "valentes e indignados" quando cruzam com eles na rua fazem até reverências. Outros votam com uma estranha passividade e cumplicidade, elegendo-os e reelegendo-os para uma nova série de falcatruas que desembocam em suas longas folhas corridas de processos das mais diversas origens.

* A "seletividade" do discurso vingativo forma um ambiente propício as injustiças e intolerâncias de ordens sociais, raciais, étnicas, de gênero e opção sexual. O país está "andando para trás" nestes temas. A onda conservadora e fundamentalista precisa ser "surfada" pelas instituições legislativas e jurídicas, com medidas de caráter restritivo a este tipo de conduta.

* Este caso recente do linchamento de um ladrão ( negro para variar, sic ) por populares na cidade de São Luiz do Maranhão, representa este ódio e esta vingança represada nas pessoas, fruto do aumento galopante da violência urbana. Esta Lei de Talião está nos devolvendo aos momentos "incivilizatórios" da Idade Média ou ainda de outros tempos imemoriais. Isso não vai dar certo !!

* Ao contrário de muitos, não vi uma clara conotação racista no ato, visto que 90% dos linchadores eram negros e pardos. Penso que ali reinou a ignorância, a falta de sentimento de cidadania, a omissão do Estado e este desejo de vingança que toma conta da população, achando que o Estado perdeu a sua capacidade de agir tanto na proteção da população com políticas públicas emancipadoras e de segurança pública quanto também na adoção de políticas adequadas de repressão. O ladrão branco foi poupado porque teve uma participação secundária no ato criminoso. Não acho que esta "suposta seletividade" foi racismo.

* A questão é simbólica porque lembra situações existentes durante a escravidão no Brasil. Muitos feitores que castigavam os escravos "rebeldes" e muitos capitães do mato que perseguiam os "escravos fugitivos" eram negros. Neste caso também foram negros punindo outro negro com a morte covarde e violenta. Isso ocorre diariamente nas favelas de todo o Brasil. Tem policiais negros matando bandidos negros e vice-versa. Ambos estão do lado dos oprimidos e não percebem.

* Não há solução no curto prazo. Continuaremos a amargar dias difíceis, pois a transformação da sociedade passa por questões complexas que envolvem até o projeto de desenvolvimento econômico e social do país.

* Neste post queremos dar continuidade ao debate e ao conjunto de informações que tentamos promover aqui no blog sobre esta imoral e ilegal dívida pública brasileira. Tem gente que acha isso muito técnico e de difícil compreensão, mas na verdade, uma leitura mais atenta nos ajuda a perceber o enorme "buraco negro" das finanças públicas nacionais e o grande gargalo que impede o nosso desenvolvimento e o resgate das políticas públicas essenciais que massacram a maioria da população. Segue abaixo para a reflexão de todos, dados fornecidos pela Auditoria Cidadã da Dívida:

Gastos com a Dívida Pública em 2014 superaram 45% do Orçamento Federal Executado.

Em 2014, o governo federal gastou R$ 978 bilhões com juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,11% de todo o orçamento efetivamente executado no ano. Essa quantia corresponde a 12 vezes o que foi destinado à educação, 11 vezes aos gastos com saúde, ou mais que o dobro dos gastos com a Previdência Social. Cabe esclarecer que os dados foram extraídos dos dados oficiais contabilizados pelo governo no SIAFI. O critério utilizado soma as parcelas informadas pelo governo a título de “juros” e “amortizações”, no total de R$978 bilhões, pelas seguintes razões:

a) A parcela informada pelo governo a título de “Juros e Encargos da Dívida” foi de apenas R$ 170 bilhões. Conforme vem sendo denunciado desde a CPI da Dívida Pública realizada na Câmara dos Deputados, em cada ano o governo vem deixando de computar grande parte dos juros nominais, classificando-a como “amortizações”. As estatísticas governamentais não evidenciam o valor que efetivamente está sendo pago a título de juros nominais aos detentores dos títulos.

b) A parcela informada pelo governo a título de “Amortizações da Dívida”, ou seja, o pagamento do principal, foi de R$ 808 bilhões. Tal valor está inflado pela atualização monetária de toda a dívida, que deveria fazer parte dos juros, pois de fato é parte da remuneração dos títulos, mas está sendo contabilizada como se fosse “amortização”, conforme também denunciado desde a CPI da Dívida Pública.

Por causa desses equívocos denunciados há anos, grande parte dos “Juros” que efetivamente pagamos aos detentores dos títulos está embutida na parcela das “Amortizações”. Diante da falta de informação acerca dos juros nominais efetivamente pagos e da atualização monetária efetuada, não temos outra alternativa senão somar todo o gasto com a dívida. Esse equívoco do governo na apresentação dos gastos efetivos com a dívida pública faz parte de uma coleção de privilégios de ordem financeira, legal e econômica que o Sistema da Dívida usufrui.

Tal fato tem levado inúmeros analistas a aliviar o efetivo peso que o endividamento público exerce sobre as contas públicas do nosso país, utilizando um termo que ilude aqueles que não se aprofundam na análise do Sistema: dizem que a parcela das amortizações configuram “mera rolagem”, ou seja, o refinanciamento de dívida anteriormente existente mediante a contratação de nova dívida, razão pela qual não seria um problema para o país. Analisando-se a composição do montante de R$ 808 bilhões contabilizados como “amortizações”, verifica-se o seguinte:

a) R$ 615 bilhões foram contabilizados pelo governo como “refinanciamento”, aí incluindo-se a correção monetária que não é explicitada em nenhum documento, e que é parte dos juros nominais efetivamente pagos aos detentores dos títulos. Ou seja, não se trata de ”mera rolagem”, mas sim pagamento de grande parte dos juros com a contratação de nova dívida, o que fere o art. 167 da Constituição Federal;

b) R$ 54 bilhões provém do recebimento de dívidas das quais a União é credora, principalmente as dívidas que estados e municípios pagaram ao governo federal, ou seja, também não se trata de ”mera rolagem”;

c) R$ 22 bilhões provém do rendimento dos recursos da Conta Única do Tesouro, R$ 19 bilhões de lucros das estatais (por exemplo, Petrobras, Banco do Brasil, etc), dentre muitas outras fontes. Assim, também não se trata de “mera rolagem”, pois as tais parcelas de “amortizações” não foram pagas com nova dívida, mas sim com recursos oriundos de sacrifício social, quando o povo paga caro pelo combustível, pelas tarifas e juros dos bancos estatais, pela conta de energia elétrica e vários outros produtos (altamente onerados pelos impostos estaduais – ICMS), etc.

d) R$ 61 bilhões das amortizações se referem à cobertura de prejuízos do Banco Central, ocorridos, por exemplo, em operações chamadas de “swap cambial”, que beneficiam grandes investidores às custas do povo. Interessante observar que, quando o Banco Central dá lucro em determinados períodos, tais recursos são destinados obrigatoriamente para o pagamento da questionável dívida pública.

Devido aos diversos privilégios do Sistema da Dívida que beneficia principalmente ao setor financeiro privado nacional e estrangeiro, o estoque da dívida já supera R$ 4,5 trilhões de reais: o volume de títulos da dívida interna emitidos já somam R$3,3 trilhões e a dívida externa bruta supera 554 bilhões de dólares. A análise dos gastos com a dívida não deve ficar restrita aos fabulosos números tanto dos gastos anuais como de seus estoques. É necessário ressaltar que a dívida atual é altamente questionável, pois é produto de inúmeras ilegalidades e ilegitimidades desde a sua origem espúria no período da ditadura militar, até os tempos atuais. Apenas para ilustrar, cabe citar algumas infâmias que impactam a geração de dívida pública:

a) taxas de juros absurdas, estabelecidas sob influência de banqueiros, utilizando-se o pretexto de combater uma inflação que nada tem a ver com taxa de juros, mas com a alta de preços administrados pelo próprio governo (como luz, água e combustíveis) e da alta de alimentos, causada por fatores climáticos;

b) aplicação de “juros sobre juros”, prática considerada ilegal, conforme Súmula 121 do STF;

c) aplicação das mais altas taxas de juros do mundo sem justificativa técnica;

d) utilização da dívida interna onerosa para financiar a compra de dólares especulativos que ingressam no país (sob o pretexto de evitar que o Brasil seja atingido por crises internacionais, mas que poderiam ser evitadas por meio do controle de fluxo de capitais), e destinação desses dólares para as reservas internacionais que não rendem quase nada ao país;

e) utilização da dívida interna onerosa para financiar questionáveis empréstimos do BNDES a juros subsidiados e prazos a perder de vista para grandes empresas privadas que realizam obras no exterior.

Por tudo isso reivindicamos a realização de completa auditoria da dívida pública, tanto interna como externa, desde a sua origem. A contínua destinação de elevados montantes para o pagamento de “amortização” da dívida, suavizados sob o rótulo de “mera rolagem”, assim como dos extorsivos juros desse questionável processo estão sacrificando a sociedade. Além de arcar com pesada e distorcida carga tributária, a sociedade não recebe os serviços sociais essenciais como saúde e educação. O país está com seu desenvolvimento socioeconômico travado a serviço de garantir lucros escorchantes ao sistema financeiro e apodrecido pela corrupção.

www.auditoriacidada.org.br

* Por falar dívida pública, segue abaixo mais uma opinião que nos ajuda a entender melhor este caso na dívida grega que toma conta do noticiário em todo o mundo, botando em "xeque" a União Europeia. A explicação é da economista, auditora fiscal e professora da UFRJ, Maria Lucia Fattorelli, especialista em dívida pública e que esteve na Grécia para analisar a situação daquele país, a convite do governo de Alexis Tsipras.

"A GRÉCIA É PENALIZADA POR ALGO QUE NÃO DEVE.
Segundo Fatorelli, a Grécia não deve tudo que os credores dizem. "A conclusão a que nós chegamos é que a Grécia, de 2010 pra cá, não recebeu recursos. Ela recebeu papeis. Papeis que vieram de uma empresa privada, localizada em Luxemburgo, da qual os países europeus são sócios. Essa empresa foi criada no auge da crise financeira em 2010, para salvar os bancos privados em crise, e ela faz uma espécie de reciclagem, tirando esses papeis podres, que estavam abarrotando o balanço dos bancos privados. Papeis desmateriazalidos, não comercializáveis. Olha, é um escândalo. Essa empresa foi criada no mesmo dia em que foi endereçado o pacote de salvamento , entre aspas, para a Grécia. Então o país está sendo praticamente utilizado", explica a auditora fiscal."

* Continuidade aqui no blog da "Sessão Desabafo" !!
Será sempre um post de desabafo sobre qualquer assunto publicado pelos internautas através das redes sociais. Nesta oportunidade, um comentário postado na página do face do professor Edson Amaro de Souza:

"Antigamente, as pessoas culpavam o Diabo por tudo que lhes acontecia. Hoje em dia, a carreira do Diabo está mais leve, ele divide com o PT o papel de bode expiatório."

* Continuidade também do espaço destinado a aqueles que acreditam no socialismo: "UMA PITADA DE MARX".
Sempre buscando uma forma resumida de explicar sua teoria, lembrando sempre aos "apressados" que devem considerar o "homem no seu tempo" !!

Karl Marx nasceu em 5 de Maio de 1818 em Trier, (Prússia renana). O pai, advogado israelita, converteu-se em 1824 ao protestantismo. A família, abastada e culta, não era revolucionária. Depois de ter terminado os seus estudos no liceu de Trier, Marx entrou na Universidade de Bona e depois na de Berlim, ali estudou direito, e sobretudo, história e filosofia. Marx desenvolveu numa série de trabalhos históricos a sua teoria materialista, dedicando-se sobretudo, ao estudo da economia política. Revolucionou esta ciência nas suas obras Contribuição para a Crítica da Economia Política (1859) e O Capital (1867). Em 14 de Março de 1883, Marx adormecia pacificamente na sua poltrona para o último sono.

POR QUE O MARXISMO NÃO É OPOSTO AO FEMINISMO ?
QUATRO RAZÕES PARA SE PENSAR UM FEMINISMO MARXISTA.
Por Fábio Frizzo

Muito se fala sobre uma pretensa incapacidade do marxismo em explicar e apontar respostas para algumas questões sociais que não parecem estar ligadas diretamente ao princípio básico da luta de classes no campo econômico, como as opressões sofridas por mulheres, negros, homossexuais e transgêneros.

1) Os pais fundadores do marxismo já estavam preocupados com a exploração de gênero.

Friedrich Engels e Karl Marx pensaram sobre a condição de opressão das mulheres desde suas primeiras obras. Engels, em sua Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (1844) criticou a exploração do trabalho feminino nas fábricas e chegou a declarar que supremacia do homem sobre a mulher era inumana. Nos anos seguintes, ele se juntou com Marx para elaborar A Ideologia Alemã (1845-46), na qual fizeram uma trajetória histórica que aponta a dominação dos homens sobre as mulheres e crianças na família como a primeira forma de propriedade privada, estabelecida sobre uma divisão sexual do trabalho, ainda nas sociedades tribais. Assim, na década de 1840, os dois autores já apontavam a necessidade de uma economia doméstica comunal e da abolição da família como pré-requisito para a libertação das mulheres.

2) Parte importante da teoria marxista foi pensada por feministas preocupadas em lutar contra a opressão de gênero.

ROSA LUXEMBURGO (1871-1919). Judia polonesa radicada na Alemanha, este talvez seja o principal nome teórico feminino da tradição marxista. Desde a adolescência trabalhando para a organização da luta operária, inicialmente no Partido do Proletariado polonês, Rosa acabou perseguida e exilada na Suiça, onde estudou economia política e direito, tornando-se uma das primeiras mulheres doutoras em Economia. Mudou-se para Alemanha para militar no Partido Social-Democrata, iniciando seu embate contra uma perspectiva reformista. Além de organizar greves alemãs, envolveu-se também no debate entre mencheviques e bolcheviques na Rússia, defendendo uma perspectiva revolucionária.

3) As experiências de governos dos trabalhadores foram marcadas por conquistas expressivas na luta contra a opressão de gênero.

COMUNA DE PARIS (1871). Em 18 de março de 1871, as mulheres foram as primeiras a alertarem que as tropas do governo estavam nas colinas de Montmartre tentando desarmar a cidade de Paris, após a resistência aos avanços dos exércitos da Prússia. Elas impediram as tropas de retirar as armas do proletariado dando início o primeiro governo operário da história europeia. Entre suas primeiras decisões, o governo da Comuna decretou, entre outras medidas, a igualdade de direitos entre os gêneros. Pelo menos três mil mulheres participaram dos esforços da Comuna fazendo uniformes, cuidando de feridos, alimentando os soldados, construindo barricadas e organizando coletivos como o Comitê das Mulheres para Vigilância e a União das Mulheres para a Defesa de Paris, que ocuparam fábricas e trabalharam na produção de munições.

4) A interseccionalidade ou consubstancialidade é a única forma de entender e derrotar efetivamente todas as opressões.

Falei junto com o Marco em outro texto que para modificar o mundo é preciso antes entendê-lo corretamente e que para isto devemos nos munir de ferramentas teóricas de explicação das relações sociais. Este é caso do conceito de interseccionalidade ou consubstancialidade, muito bem apresentado aqui neste blog em um texto bem legal da Bárbara, que explica perfeitamente porque devemos ver as opressões sempre do ponto de vista do nó classe/gênero/raça. Tal perspectiva possibilita compreender como as diferentes opressões se congregam e se fortalecem e apontar para uma sociedade igualitária dependente da superação não só da desigualdade de gênero, mas também das diferenças de classe e raça.

* Texto completo em www.capitalismoemdesencanto.wordpress.com

* HUMOR DA HORA !
Sempre uma "tirada" bem humorada e inteligente satirizando o cotidiano, a política e a sociedade.
Na continuidade, mais uma do impagável José Simão:

"Zoológico faz enquete para batizar a anta e deu Dunga!
Achei que ia dar Dilma..."


* Mais tarde um polêmico artigo sobre o momento político nacional !!