domingo, 9 de outubro de 2011

APENAS UM PEQUENO DESABAFO

APENAS UM PEQUENO DESABAFO



Fiquei duas semanas sem escrever minha coluna semanal neste blog e de forma bem humorada fui “sacaneado” pelo professor Chicão, o dono do pedaço.
Confesso. Estava sem saco, mas não sumi da cidade. Pelo contrário, estive todo este tempo atento aos acontecimentos políticos da cidade, tema predominante em meus textos.
As notícias que colhemos nos bastidores e as que saem na mídia, sejam em blogs, jornais, rádios e TVs dão uma grande desesperança e fastio em todos nós. Diante de tanta negociata, arrumações e armações nebulosas praticadas por esta camarilha que atualmente nos governa ou tenta voltar a nos governar dá vontade de “vomitar” e não de escrever.
Diante de tanta iniqüidade política, as vezes, a gente arrefece a luta. É preciso parar um pouco para recuperar a energia necessária e dar continuidade ao difícil enfrentamento político que se seguirá nos próximos meses.
Faço militância política por motivação ideológica e movido por um profundo desejo de mudança que possa alterar esta realidade. A grande maioria de minhas demandas são coletivas. Não vejo cargo público como profissão e carreira e não dependo dele para sobreviver. Falo isso para aqueles que me criticam sem me conhecer. Falo isso para aqueles que querem me igualar a estas quadrilhas políticas, nas quais eles costumam votar e reclamar depois.
Alguns me chamam de radical porque o PSOL não age pragmaticamente, através das coligações de praxe para ter mais chances eleitorais. Digo e repito: Para ganhar com estes “caras´” que estão aí preferimos perder sozinhos. A vitória deles representa a derrota de toda sociedade. Os fatos sociais e políticos presentes no nosso dia a dia atestam isso.
O eleitor é co-responsável por tudo isso e não pode ser paternalizado. Grande parte dos que reclamam, reelegem sistematicamente o político corrupto e seu respectivo grupo ou quadrilha política. A falta de consciência política aliada à deficiência na formação escolar e da cidadania contribuem para a manutenção deste quadro.
Alguns ainda debocham de nossa participação política, fazendo piadas de resultados eleitorais, deixando de valorizar a importância e a coragem daqueles que se contrapõem ao modelo vigente e que querem provocar um debate sobre outros caminhos e formas.
Alguns também duvidam de nossa capacidade e preparo e criticam sem conhecer. Fazem avaliações superficiais e concluem que é preparado quem é bom de voto.
Um picareta chamado Joaquim Roriz, em Brasília, ganhou duas eleições em cima de Cristóvão Buarque para citar como exemplo. O desnível entre os dois é abissal em qualquer tipo de comparação. Logo, o político que tem mais voto não é necessariamente o mais capacitado e preparado para implementar um projeto de políticas públicas que possam reverter o drama social presente em nossa cidade e no país.
Lamento informar a aqueles que não confiam em mim e no meu partido e também a aqueles que respeitam, mas divergem política e ideologicamente das nossas idéias e projetos que não vamos desistir da luta política. Estaremos ativamente participando das disputas eleitorais atuais e futuras, independente do resultado eleitoral obtido.
Não vejo nos nomes que se colocam para a eleição nenhuma sumidade. Pelo contrário, alguns são contumazes freqüentadores de tribunais por desvios éticos e de malversação do dinheiro público. Alguns estão envolvidos em escândalos de corrupção recentes. Outros votam sistematicamente contra demandas legítimas dos trabalhadores. Estou pronto para debater com qualquer um deles, em qualquer lugar e sobre qualquer tema.
Acrescento ainda, sem falsa modéstia, que estou preparado sim, tanto técnica quanto politicamente para implementar um projeto transformador em nossa cidade. Sou economista, conheço de finanças públicas e tenho plena capacidade de gerenciar pessoas que seriam escolhidas, preferencialmente, por critérios técnicos, de dentro do partido ou da própria sociedade para que se possa em conjunto, efetuar as mudanças necessárias nesta esculhambação e roubalheira em que se transformou a administração pública desta cidade ao longo de décadas.
Tenho pena, meu caro Chicão, daquele comentarista que disse que iria rir se você manifestasse sua preferência eleitoral na eleição majoritária. Vai continuar sendo governado pelos mesmos, que ora são adversários e ora são aliados, dependendo de suas conveniências pessoais. Observando os personagens envolvidos e os métodos de negociação política e alianças que vão se estabelecendo, fica muito claro que novamente nada mudará. Estão engendrando mais uma grande farsa eleitoral.
Cada um que faça sua escolha e seja co-responsável sobre o que vai ocorrer no ambiente político futuro de nossa cidade.


“ A história se repete, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.”
Karl Marx



Cláudio Leitão é presidente do Diretório Municipal do PSOL em Cabo Frio.

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