terça-feira, 9 de junho de 2015

A VOLTA DO VELHO JOGO DE CARTAS MARCADAS




A VOLTA DO VELHO JOGO DE CARTAS MARCADAS

A eleição municipal de 2016 já é um fato amplamente discutido em Cabo Frio, noticiado diariamente na mídia local, blogs e redes sociais, até porque, o ex-prefeito de triste memória, Marcos Mendes(PMDB), mesmo eleito deputado federal, foi o primeiro a antecipar o debate anunciando sua candidatura a prefeitura. O atual prefeito Alair Correa(PP) para não ficar para trás, também antecipou sua intenção de reeleição. Os jornais, tv’s e rádios locais são os maiores estimuladores desta “pseudopolarização”, pois praticamente só convidam os dois para falar e dar entrevistas. E tenha a certeza, isso não é de graça. As pesquisas realizadas pelos diversos institutos bombardeiam os bastidores da política local para fortalecer ainda mais este quadro.

Nota-se claramente, a tentativa de novamente polarizar a eleição entre duas figuras políticas que posam de “celebridades” na cidade. É um esforço concentrado para que a opinião pública absorva esta tese como uma verdade absoluta. Nada mais antidemocrático dentro de nossa pseudodemocracia, onde o poder econômico destas pré-candidaturas se fazem notar.

A bem da verdade, é preciso reconhecer que ambos são, hoje, os candidatos de maior presença no cenário político municipal, mas de forma nenhuma apresentam projetos antagônicos, pelo contrário, representam o mesmo desgastado modelo de gestão, onde a falta de transparência das contas públicas, o nepotismo, o fisiologismo, o assistencialismo sem cidadania e as “robustas” folhas corridas de processos são as principais marcas. A evolução patrimonial no exercício da função pública também os iguala.

Ambos tem como aliados e financiadores de campanha os mesmos de sempre, até porque caminharam juntos durante 10 anos. Ora são aliados e ora são adversários, de acordo com a conveniência dos grupos. Para estes financiadores qualquer um que esteja no poder é a garantia de que seus interesses estarão protegidos, em detrimento dos interesses da população. Os escândalos, desvios e corrupção em seus governos são parecidos. O demagógico discurso religioso e práticas pouco republicanas também.

Nenhuma reforma importante aconteceu na estrutura do município nestes últimos 20 anos. Políticas públicas estruturantes nas áreas da educação, saúde, saneamento, habitação popular e geração de emprego e renda passaram ao largo destes dois governos. As alternativas a estas candidaturas para a mídia local são Jânio Mendes, aliado de Marquinhos e Walmir Porto, aliado de Alair, ou seja, um pouco mais do mesmo.

A única candidatura independente e que tem um projeto que se contrapõe a esta lógica em vários pontos importantes é a candidatura do PSOL, conforme ficou claro nas campanhas de 2008 e 2012, que é completamente ignorada, embora ela esteja presente em todas as pesquisas de opinião que são feitas na cidade a despeito de toda esta falta de exposição intencional praticadas por estes veículos de comunicação.

A parcialidade no tratamento das candidaturas é cristalina. Tais jornais, rádios, tv’s e analistas políticos tem o direito de terem suas preferências, mas simplesmente, não citar, tornar pública e comentar todas as possibilidades parece ser proposital, visando não dar “ asas “ a qualquer possibilidade real de mudança.

Uma das explicações para este fato é muita clara, tendo em vista, a posição do partido de que serão reduzidas drasticamente as verbas de publicidade do governo, entendendo que a boa propaganda governamental são obras públicas, além de investimentos sociais, objetivando resgatar esta imensa dívida social que se acumula há décadas neste município e que os “competentes” governos passados foram incapazes de resolver. O caos e o desgoverno atual são provas cabais desta incompetência e má gestão do dinheiro público.

Este jogo de cartas marcadas sempre teve e terá um custo social enorme para a cidade. Neste jogo só eles ganham. A população tem sido vítima desta “trapaça política" há 20 anos, lembrando aquela clássica frase de Marx, onde ele diz que: “A história se repete. A primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. O problema aqui é que ela está se repetindo pela terceira, quarta, e quem sabe mais quantas. A população é que precisa saber quantas vezes mais quer repetir esta história.

Hegel também ensinou lá atrás, no século XIX que: “O que a história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história.” Talvez esteja na hora de aprender, compreender e praticar o antídoto.
Existem outras razões para eles esconderam a candidatura do PSOL da população, principalmente das camadas mais humildes, mas eu deixo para a atenta reflexão de quem lê este pequeno texto.


“Um sonho quando sonhado por muitos e ao mesmo tempo torna-se uma inevitável realidade.”
(Autor desconhecido)


Cláudio Leitão é economista, graduando em História e membro da executiva municipal do PSOL Cabo Frio.

5 comentários :

  1. Leitão, o jogo é duro. O Josimar enfrenta o mesmo quadro aqui em São Gonçalo, mas como diz o Temer, não o Michel, mas o Milton: Luta que segue !
    Paulo Campos.

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  2. Inveja é uma merda né leitão. Arranja votos que voce ganha deles, hahaha.

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    1. Meu caro, não tenho inveja de corruptos e nem de ladrões do dinheiro público. A conquista do voto nesta democracia de massa no Brasil é afetada por vários fatores, mas principalmente pelo poder econômico. Não sou carreirista e nem político profissional. Vou continuar fazendo minha política de enfrentamento a tudo isso que não concordo. Independência e coragem não é para qualquer um. Convites para me juntar a eles não me faltaram. Não preciso "babar o ovo" para "ganhar o pão".

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  3. A unica estrutura que foi reformada na cidade nestes últimos 20 anos , foi a estrutura da orla da Praia do Forte.

    Reeleição de Alair? Não cansa? Esconjuro, pé de pato. Mangalô cinquenta mil vezes. Tá amarrado em nome de Jesus.

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