quarta-feira, 1 de julho de 2015

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL, UMA GRANDE FALÁCIA




Diuturnamente o Brasil é abalado com a notícia de que um crime bárbaro foi praticado por um adolescente, penalmente irresponsável nos termos do que dispõe os artigos 27 do CP, 104 do ECA e 228 da CF. A sociedade clama por maior segurança. Pede pela redução da maioridade penal, mas logo descobrirá que a criminalidade continuará a existir, e haverá mais discussão, para reduzir para 14 ou 12 anos. Analisando a legislação de 57 países, constatou-se que apenas 17% adotam idade menor de 18 anos como definição legal de adulto.

Se aceitarmos punir os adolescentes da mesma forma como fazemos com os adultos, estamos admitindo que eles devem pagar pela ineficácia do Estado, que não cumpriu a lei e não lhes deu a proteção constitucional que é seu direito. A prisão é hipócrita, afirmando que retira o indivíduo infrator da sociedade com a intenção de ressocializá-lo, segregando-o, para depois reintegrá-lo. Com a redução da menoridade penal, o nosso sistema penitenciário entrará em colapso.

85% dos menores em conflito com a lei praticam delitos contra o patrimônio ou por atuarem no tráfico de drogas, e somente 15% estão internados por atentarem contra a vida. Afirmar que os adolescentes não são punidos ou responsabilizados é permitir que a mentira, tantas vezes dita, transforme-se em verdade, pois não é o ECA que provoca a impunidade, mas a falta de ação do Estado. Ao contrário do que muitos pensam, hoje em dia os adolescentes infratores são punidos com muito mais rigor do que os adultos.

Apresentar propostas legislativas visando à redução da menoridade penal com a modificação do disposto no artigo 228 da Constituição Federal constitui uma grande falácia, pois o artigo 60, § 4º, inciso IV de nossa Carta Magna não admite que sejam objeto de deliberação de emenda à Constituição os direitos e garantias individuais, pois se trata de cláusula pétrea.

A prevenção à criminalidade esta diretamente associada à existência de políticas sociais básicas e não à repressão, pois não é a severidade da pena que previne a criminalidade, mas sim a certeza de sua aplicação e sua capacidade de inclusão social.

Dalio Zippin Filho é advogado criminalista.

4 comentários :

  1. Esse texto é um lixo, maioridade penal já !!!!!!!!!!!!

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  2. Escreve outro texto e contradite os argumentos do autor, um advogado criminalista que conhece a área como poucos. O problema é que quando faltam argumentos só sobram as agressões chulas.

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  3. A melhor solução é reformular o ECA e passar a punir com mais rigor os crimes violentos praticados pelo menor. Misturar estes menores com criminosos perigosos e integrantes de facções só vai piorar o quadro da violência. Estes menores vão sair piores após o cumprimento da pena.
    Paulo Campos.

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    1. É isso aí, amigo Paulo. Infelizmente, ontem, Cunha manobrou inconstitucionalmente e virou o jogo. Aprovou emendas aglutinadoras sem votar o texto principal, quebrando e regimento interno da Câmara. Tudo fica agora para o 2º turno da votação que ocorrerá após o recesso de julho. Abraços a você e a galera aí de Niterói.

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