terça-feira, 26 de abril de 2016

RAZÕES PARA CONTINUAR NA MILITÂNCIA POLÍTICA



RAZÕES PARA CONTINUAR NA MILITÂNCIA POLÍTICA

Alguns amigos e familiares me perguntam do por que insistir na militância política por um partido pequeno, de esquerda e socialista, que tem a pretensa proposta de romper com o modelo vigente, dada as condições pragmáticas e pouco republicanas de se fazer política nos dias de hoje. Alegam também que a população de uma maneira geral coloca todo mundo que participa do ambiente político na vala comum e não reconhece nessa “geléia geral” pessoas que realmente pretendem defender verdadeiramente o interesse público e coletivo. A resposta que dou é sempre inspirada numa frase de um cidadão chamado Frei Betto:  “Posso não ficar para a colheita, mas insisto em morrer semente.” 

Este é o sentimento que me move. Compreendo a dificuldade da população em acreditar que possa ter pessoas bem intencionadas participando do enfrentamento político. Há várias pessoas sérias na luta política dando exemplo todo dia. A grande mídia divulga pouco estas pessoas, por isso, requer por parte dos cidadãos um esforço maior em busca destas informações. Há também pessoas que preferem a crítica fácil, de que todos são iguais sem ter a mínima vontade de antes de emitirem pareceres gerais se aprofundarem um pouco na análise e conhecimento do histórico do postulante a cargo público eletivo. Toda generalização é tremendamente reducionista e injusta.

Outros tentam ridicularizar tal militância, entendendo que só deve participar do jogo político quem tiver a certeza de uma boa votação, reduzindo o conteúdo político apenas a questão eleitoral. Não reconhecem que a provocação de um debate mais amplo de temas pode favorecer e contribuir para a elevação da cidadania e do nível de informação da sociedade. Se individualmente cada um acreditar a transformação coletiva acontece.

Exerço militância política por motivação ideológica e movida por um profundo desejo de mudanças que possam alterar esta triste realidade política que vivemos. A grande maioria das minhas demandas são coletivas. Não vejo cargo público como profissão ou carreira e não dependo dele para sobreviver. Falo isso para aqueles que me criticam sem me conhecer. Falo isso para aqueles que querem me igualar a essas quadrilhas políticas, nas quais eles costumam votar e reclamar depois.

Alguns me chamam de radical porque o PSOL não age pragmaticamente, através das coligações de praxe para ter mais chances eleitorais.  A vitória destas "alianças" representa a derrota de toda sociedade. Os fatos sociais e políticos presentes no nosso dia a dia atestam isso. 

São muros altos que normalmente fazem muitos desistirem. Tenho presenciado a capitulação de vários companheiros nesta luta. Lamento muito estas perdas, entretanto, quero dizer a estas pessoas que tais muros e dificuldades jamais me impediram de continuar minha luta por mudanças. Quer acreditem ou não vão me encontrar participando da vida política da cidade que escolhi para viver, independente das “armas e instrumentos” que estiverem disponíveis para esta atuação.

Resultados negativos sob o ponto de vista eleitoral não vão me abater. Gozações, piadinhas, maledicências, calunias e mentiras, menos ainda. Não tenho pretensão de realização pessoal na política. Repito: o que me move é o sentimento coletivo.

Se quisesse trilhar um caminho fácil e convites não faltaram para isso, não estaria no PSOL, na trincheira de luta ao lado dos trabalhadores. Cargo público para mim tem que estar associado a um processo de avanços e transformações que possam trazer melhoras para a sociedade de maneira geral, mas preferencialmente ao conjunto da classe trabalhadora.

Não me vejo militando na estrutura conservadora dos grandes partidos, onde a subserviência à manutenção do status quo é total.  Eles não querem mudar nada. Prometem e não cumprem. A população “anestesiada”, os reelegem para mandatos sucessivos de obediência ao grande capital e interesses privados. Isto sem contar os inúmeros casos de corrupção e desvios de dinheiro público.

O eleitor é co-responsável por tudo isso e não pode ser paternalizado.  Grande parte dos que reclamam, votam sistematicamente no político corrupto e seu respectivo grupo ou quadrilha. A falta de consciência política aliada à deficiência na formação escolar e da cidadania contribui para a manutenção deste quadro dantesco que compromete nosso futuro como também de nossos filhos e netos.

Não vejo nos nomes que venceram as últimas eleições nenhuma sumidade. Pelo contrário, alguns são contumazes frequentadores de tribunais por desvios éticos e de malversação do dinheiro público. Alguns estão envolvidos em escândalos de corrupção recentes. Outros votam sistematicamente contra demandas legítimas dos trabalhadores. Estou pronto para debater com qualquer um deles, em qualquer lugar e sobre qualquer tema.

Vivemos dias difíceis, de divisões e intolerâncias, tempos de análises generalizantes, tempos de conformismos e de opiniões que pregam que não adianta enfrentar o “sistema” porque ele é forte demais e está enraizado na sociedade.  Análises que dizem que não adianta abrir as “porteiras” porque o gado e as ovelhas não querem sair.  Gente que afirma com uma certeza absoluta que quem se manifesta e luta é baderneiro e está lá porque recebe dinheiro de “subversivos”.

Voltando a frase do Frei Betto,  alegra-me saber que já deixei algumas sementes.  Na minha família e filhos, no sindicato regional da minha categoria profissional que fundei e dirigi, na federação nacional que fui presidente, no partido que ajudei a fundar em Cabo Frio e que vai formando novas lideranças e também em algumas pessoas que ajudei e encaminhei.

Espero também deixar alguma semente no campo político. Voltei até a estudar, me formando em História na Universidade Estácio de Sá, e em breve, estarei exercendo o Magistério, realizando um antigo sonho. 

Por todas estas coisas me recuso a abandonar meus sonhos e minhas utopias a despeito da opinião e da descrença de muitos.  Por todas essas coisas estarei participando do processo eleitoral em 2016,  atendendo a um chamado do partido, da nossa militância e até de muitas pessoas que acreditam em meus propósitos.  Sou novamente pré-candidato a prefeito pelo PSOL.

Vamos a luta com as “armas e ferramentas” possíveis para o bom combate, apesar de enfrentarmos uma conjuntura política desfavorável, onde o poder econômico domina, compra votos e consciências, reduzindo as possibilidades de avanços e mudanças no campo político.  Já dizia Gramsci no século passado: “Pessimismo da razão, mas otimismo e prática da vontade”.

Quem está satisfeito com o quadro político deve manter os mesmos no poder, mas quem não está, tem que ter a coragem e a ousadia dos fortes para renovar, assumindo  os riscos e as responsabilidades que o atual momento requer.  Anular o voto e se omitir neste processo  vai ajudar a manter este modelo ou este “velho esquemão quadrilheiro”  que oprime os trabalhadores e os excluídos da cidade.

"Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier."
 Autor desconhecido


Cláudio Leitão é economista, professor de história e membro da executiva municipal do PSOL em Cabo Frio.

9 comentários :

  1. Vai fundo Leitão, é dificil mas não impossivel. Esses políticos mais antigos tão todo comprometidos. Apareça mais, vá nos bairros mais afastados, converse com as pessoas mais pobres que precisam de mais informações. Tamo junto !

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  2. Belo desabafo leitão. A luta do Psol vem frutificando em todo o Brasil. Foi o partido que mais cresceu proporcionalmente em filiações. A cada eleição elegemos mais vereadores e deputados, e agora está no hora de também crescermos nos cargos executivos. Surpresas boas surgirão esse ano. Como diz nosso amigo Temer, não o Michel, mas o grande jornalista militante Milton Temer: Luta que segue !!
    Paulo Campos.

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  3. E isso leitão,não desiste a cada dia q passa as pessoas vão se informando mais,não sou militante do psol,mas assim como eu ,mts veem a diferenca entre os candidatos do psol e dos outros partidos,segue firme nao desista.

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    1. Obrigado meu caro pelas palavras de força e incentivo. Vamos seguir com certeza !!

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  4. BLA BLA BLA, O QUE VOCE E O PSOL FIZERAM POR CABO FRIO. BLA BLA BLA.

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    1. Você de novo ? então vamos lá.
      Primeiro vou te responder com um trecho do texto:
      Este é o sentimento que me move. Compreendo a dificuldade da população em acreditar que possa ter pessoas bem intencionadas participando do enfrentamento político. Há várias pessoas sérias na luta política dando exemplo todo dia. A grande mídia divulga pouco estas pessoas, por isso, requer por parte dos cidadãos um esforço maior em busca destas informações. Há também pessoas que preferem a crítica fácil, de que todos são iguais sem ter a mínima vontade de antes de emitirem pareceres gerais se aprofundarem um pouco na análise e conhecimento do histórico do postulante a cargo público eletivo. Toda generalização é tremendamente reducionista e injusta.
      Segundo, antes de cobrar do PSOL que não tem nenhum mandato na cidade, cobre dos políticos que você elegeu. Alguns são notórios ladrões do dinheiro público e outros são omissos, por isso, vivemos o caos de hoje.
      Vote no partido e depois cobre. No modelo político de hoje quem está fora da estrutura formal de poder contribui denunciando as mutretas e apontando outros caminhos e alternativas. É o que temos feito.

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  5. Leitao vc ainda perde tempo de responder essa anta,ele so pode ta de gozação,ta na cara q é pau mandado de MM ou AC.

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