"UMA IDEIA TORNA-SE UMA FORÇA MATERIAL QUANDO GANHA AS MASSAS ORGANIZADAS".
Karl Marx
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
NOTÍCIAS E FATOS
* Várias pessoas se queixam da repetição de notícias que ocorrem em todos os veículos de comunicação da cidade, inclusive nos blogs, que teoricamente, teriam mais agilidade na propagação de novidades. De fato, é uma situação que não agrada, mas fazer o que se nossos governantes não conseguem produzir e nem gerar fatos novos, principalmente aqueles de natureza positiva para a nossa população. Reproduzir más notícias e fatos negativos eles fazem com rara competência. Os veículos de comunicação apenas reproduzem a realidade.
* A Insegurança Pública reinante na cidade faz ocorrer repetições de roubos, furtos e assassinatos. As providências e ações das autoridades para reduzir o quadro são praticamente nenhuma. Não falo aqui só do aparato de repressão policial, mas de medidas emancipatórias de políticas públicas para a juventude pobre da periferia, principal vítima das prisões e mortes. Segue em curso na cidade apenas a guerra contra a pobreza, e o pior, estamos perdendo dos dois lados.
* Toda hora ocorre casos de reclamações da população com relação a precariedade dos serviços públicos, principalmente, na saúde(a grande campeã de queixas), educação, habitação, transporte e geração de empregos. Isso não acontece apenas agora nesta terrível gestão do "novo" velho governo Alair, mas vem se arrastando há praticamente 20 anos na cidade. Os governantes são os mesmos e continuam sendo votados por grande parte da população. Alguns devem gostar mesmo de sofrer nas mãos dos mesmos embusteiros de sempre e seus respectivos aliados. Sadomasoquismo político !!
* Nada muda também com relação a ação dos nossos vereadores, eleitos para representar a população, exercer um importante papel fiscalizador da gestão pública e da forma como é investido o dinheiro público oriundo dos impostos do povo. Ao assumirem os mandatos viram "vereadores do prefeito", gozando de benesses, privilégios e cargos no executivo, largando inteiramente o papel constitucional que trata da independência entre os poderes legislativo e executivo. Há 20 anos a Câmara de Vereadores de Cabo Frio é um "apêndice" do governo municipal. A subalternidade é inquestionável. Alguns assumem isso sem a menor vergonha na cara, contando com o desconhecimento e a falta de percepção de grande parte dos eleitores.
* Se a maior parte da população age da mesma forma com relação as eleições, sem considerar interesses coletivos, votando com "seu umbigo", não valorizando o ato de votar e transformar, logicamente, nada mudará. A mudança sempre começa dentro de cada um de nós.
Será que um dia ela virá ?
Alguns torcem para que venha, mas muitos lutam pela manutenção da mediocridade, da corrupção e da manutenção desta ordem vigente que beneficia poucos em detrimento de muitos.
Só a luta muda a vida !!
* O papo pós eleição comentado por vários analistas, curiosos, cientistas políticos, observadores, população em geral, é que estamos vivendo uma onda conservadora e que ela contradiz os protestos e movimentos ocorridos em junho do ano passado. Reconheço que de fato, a eleição está mostrando isso, tanto nos cargos executivos quanto nos legislativos estaduais e federais. A população elegeu ou reconduziu a cargos públicos políticos conservadores, vários fichas sujas e uma grande parte com posicionamento político bastante reacionário e intolerante com direitos de minorias.
* O que não concordo é que esta situação tenha a ver com as manifestações de junho de 2013. As manifestações tiveram um caráter próprio e indefinido. Até hoje ninguém conseguiu explicar com clareza a natureza do movimento. Difuso, contemplando um número enorme de reivindicações, pautas e insatisfações, com pessoas de direita, esquerda, centro, anarquistas, militantes de partidos políticos e também de movimentos sociais, bandidos misturados, enfim, uma "geléia geral" de difícil análise, que confundiu vários cientistas políticos bastantes experientes. Foi rápido, pontual e não teve continuidade por falta exatamente de consistência sociopolítica.
* Este "debaclê" eleitoral que estamos vivenciando no momento tem a ver com o próprio povo. Tem relação com a forma que o brasileiro faz a leitura política do país. É um sua maioria um povo conservador, teme as mudanças mais radicais. Foi "ensinado e aculturado" a ser assim, condicionado pelo processo midiático e também pelo processo educacional, que logicamente, reflete os valores e conceitos de uma elite dirigente que não quer que nada mude para que seus privilégios continuem intactos. O resultado é o reflexo de nossa democracia de massa, uma das maiores do mundo, que é acrítica e despolitizada, dominada fortemente pelo determinismo do poder econômico das forças políticas dominantes e que tolera os desmandos e a corrupção. Para uma grande parte da população este tema é secundário numa campanha eleitoral.
* É reflexo de um eleitor que não tem consciência de classe e nunca foi orientado pelo "Sistema" a ter. A maioria, trabalhadores simples com baixos salários e direitos sociais reduzidos, que votam num empresário rico na ilusão de que este vai representar seus interesses nas esferas legislativas e executivas. Não é a toa que a maioria do parlamento e os ocupantes de cargos executivos não são de iguais, de trabalhadores, pelo contrário, estas esferas de poder estão amplamente dominadas por estes empresários e latifundiários que tem interesses próprios e diversos dos anseios da classe trabalhadora que os elege. É isso que provoca esta profunda desilusão do eleitor com a política e distorce inteiramente a nossa representação política.
* A maior parte da população vota em "nomes" e tem profunda dificuldade em diferenciar projetos políticos de partidos. Aliás, os partidos contribuem para isso, visto que a maioria dos partidos pequenos se transformaram em negócios e legendas de aluguel, sem qualquer ideologia ou projeto de país definido. Os grandes partidos "enfiados até o pescoço" nesta governabilidade viciada não conseguem propor uma nova pauta política afinada com os interesses coletivos e populares. A exceção são os partidos de esquerda, PSOL, PCB, PSTU e PCO, que possuem definição ideológica, mas não se entendem no sentido de formarem um frente, reforçando assim suas demandas, diminuindo suas dificuldades em dialogar com as massas.
* Qual a solução e a fórmula adequada para produzir avanços neste quadro ?
Sinceramente, não sei. Está em aberto. É preciso prosseguir na luta acreditando que durante o processo vamos encontrar soluções, que certamente só serão efetivas, transformadoras e duradouras se tiverem maciça participação popular.
Luta que segue !!
* O grande humorista paulista, José Simão, lançou recente um livro cujo título é "Esculhambação Geral da República". Lembrei do livro ao ler este post do professor universitário Alexandre Araújo Costa, onde de forma séria e bem humorada ao mesmo tempo, ele analisa o segundo turno da eleição presidencial entre Dilma e Aécio, sob o ponto de vista político e ideológico. Na sua análise ele mostra como é difícil para a "grande massa" entender direito o tipo de debate travado entre ambos. É uma "salada geral", deixando claro as semelhanças de projeto de ambos para o país. Leia com atenção e reflita depois:
"2º turno no Brasil é Esquerda X Direita, né?
- Isso
- Belo Monte, polícia unificada, Kátia Abreu. Essa direita é osso, não?
- Não... Essa não é a direita...
- Não entendi...
- Essa aí é a esquerda.
- Ué? E a direita?
- É tudo isso mais redução da maioridade penal e trabalho escravo
- Putz!
- E o Congresso?
- Maioria da base da candidata da esquerda
- Bom! Congresso com maioria de esquerda!
- Não! A maioria é de direita...
- Pera. Maioria do Congresso é de direita mas apoia a candidata da esquerda? Por que são contra o candidato da direita?
- Eles não são...
- Como é?
- Se o candidato da direita ganhar, eles serão situação.
- E se a candidata da esquerda ganhar?
- Também.
- Então se o candidato da direita ganhar eles apoiarão projetos de direita?
- Sim, certamente
- E se a candidata da esquerda ganhar?
- Como assim?
- Nesse caso, a maioria de direita vai apoiar projetos de esquerda?
- Não, ora!
- Mas não apoiam o governo da esquerda?
- Apoiam!
- Ahn? E quando o governo de esquerda apresenta seus projetos?
- A maioria dos projetos do governo de esquerda é de direita e a direita no Congresso apoia.
- O governo de esquerda apresenta projetos de direita?
- É. Esses, a direita no Congresso apoia. A direita no Congresso só não apoia os projetos de esquerda, que o governo de esquerda quase não apresenta.
- Então deixa eu ver se entendi... nas eleições, é a esquerda, que no governo apresenta projetos de direita, com base de direita que rejeita tudo de esquerda no Congresso, disputando com a direita?
- Mais ou menos isso
- E como seria um governo de direita?
- Governo de direita, com projetos de direita e base de direita, ora!
- Então a maneira de barrar um governo de direita, com projetos de direita e base de direita é apoiar um governo de esquerda, mas sem projetos de esquerda porque a base parlamentar é de direita e só apoia projetos de direita, mas que o governo de esquerda deixa passar?
- É, afinal precisamos dessa base de direita, que apesar de barrar qualquer iniciativa de esquerda, sustenta o governo de esquerda e não deixa o País cair nas mãos da direita!
- Perguntar não ofende.... vocês já tentaram um governo de esquerda com base de apoio de esquerda e projetos de esquerda?"
* Agora me diga, é ou não é a "Esculhambação Geral da Eleição" ?
* O tema da Dívida Pública e das Reformas Previdenciárias tem sido recorrente no nosso blog. Notem que é uma assunto muito pouco debatido fora ou dentro das eleições. Neste segundo turno, Dilma e Aécio vão fugir do assunto como "o Diabo foge da Cruz". Não podem interferir com os "gordos ganhos" do sistema financeiro nacional e transnacional com o escorchante pagamento de juros, que consome metade do Orçamento do país. Até porque são eles junto com as empreiteiras, os principais doadores de suas campanhas. Coincidência, não !!
Lembre- se, quem paga a banda toca a música que quiser !!
* Procuro sempre colocar informações sobre o tema da dívida e da previdência social, suas relações e dependências, visando que se perceba o tamanho desta "bomba" que é o maior gargalo ao desenvolvimento do país. É impressionante a pontualidade com o pagamento de juros e amortizações de nossa dívida pública e o adiamento e a falta de compromisso com a nossa "dívida social". Os bancos foram "bastante cevados" nos governos do PT e PSDB. Apenas a candidata do PSOL, Luciana Genro, apresentou propostas para equacionar este descalabro, propondo uma auditoria nestas contas, fato este, que tem natureza legal e está previsto na constituição.
* É preciso ter vontade política, independência e coragem para enfrentar os poderosos interesses do grande capital que de forma direta são contrários aos interesse da classe trabalhadora, que por falta de investimento adequado, fica privada das políticas públicas essenciais nas áreas da saúde, educação, transporte, habitação popular e segurança pública, principalmente. É preciso para de aceitar apenas as "migalhas". Você não verá este importante assunto nos programas eleitorais e nem nos debates. Os jornalistas envolvidos também não farão perguntas sobre este tema. O Estado Brasileiro tem dono - os banqueiros - e tanto Dilma quanto Aécio os servem muito bem. Com qualquer resultado eles já ganharam a eleição. Os perdedores somos todos nós !!
* A carga tributária vem aumentando no país desde o Governo Collor, passando por FHC, Lula e Dilma, conforme mostra o gráfico acima. Por falta de vontade política e para não contrariar os interesses do grande capital, nenhum deles se propõe a realizar uma Reforma Tributária que mude o caráter regressivo da carga tributária, baseada principalmente no consumo, que faz com que os mais pobres sejam proporcionalmente mais taxados. O País pede uma reforma que estabeleça um caráter progressivo, taxando quem tem mais renda, particularmente, as grandes fortunas e tributando com mais rigor o sistema financeiro que goza de imensos privilégios tributários. É um disparate !!
* Todo ano é um "jogo de empurra" entre o executivo e o legislativo para que nada mude. O que é arrecadado não tem um gasto público qualificado, pois o país compromete a metade do seu Orçamento para pagar juros e amortizações desta imoral dívida pública, que este ano, apesar de tudo isso, vai passar de 2,8 trilhões de reais.
* O que sobra para investimentos em infraestrutura e políticas públicas essenciais, principalmente, saúde e educação, não atende as demandas da população. Esta história todo mundo conhece, mas está passando da hora de mudar.
A Reforma Tributária não está na pauta do PT de Dilma e nem do PSDB de Aécio. Eles se limitam a propor "remendos" que não atacam o problema e suas consequências, que é como dissemos acima o seu caráter regressivo e implacável com os mais pobres.
Lembre-se, novamente, que os bancos são os seus principais doadores de campanha. Manda quem pode e obedece quem é covarde contra o povo brasileiro !!
* Mais tarde um pouco de humor e poesia, caso contrário, ninguém aguenta !!
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O povo pede mudanças e vota nos mesmos;
ResponderExcluirO povo vota em ficha suja e reclama da justiça eleitoral;
O povo hoje em dia vota nos candidatos sem se importar em qual partido ele se "encontra"
Quem entende esse povo?
Educação, habitação, transporte e geração de empregos - esse é o discurso, que todos os políticos da cidade deveriam falar nos palanques. Mas insistem em um "pular" uma "casa", para vencerem o jogo.