terça-feira, 28 de outubro de 2014

NOTÍCIAS, OPINIÕES E FATOS




* Cabo Frio vive novamente uma nova onda de aumento da violência urbana. Que a população se prepare, pois estas situações podem ser tornar cada vez mais frequentes. É lógico que este quadro não é exclusividade da cidade, pois temos visto cenas deste tipo em vários municípios brasileiros, principalmente a partir das cidades de médio porte. O crescimento da violência na cidade é multifatorial e diversas teses e análises podem justificá-la. A migração de bandidos do Rio fugindo das UPP's é um fato já detectado, principalmente pela presença de armamento pesado, típico das zonas de tráfico cariocas. As prisões de marginais quase sempre envolvem bandidos locais e forasteiros. A tomada de regiões por facções contrárias também revelam o apoio de bandidos "importados" que fazem parte da mesma facção e que estão presentes em todo o Estado. Nos últimos 10 anos houve uma certa sofisticação na organização destas facções criminosas, com comandos definidos, inclusive com os sucessores imediatos para dar continuidade "aos trabalhos".

* Entretanto, é inegável que o abandono das periferias e de seus jovens por parte do poder público municipal ao longo dos últimos 20 anos criou um "caldo de cultura" favorável para estas cooptações ao tráfico. Os últimos governos de Marcos Mendes e Alair Correa pouco fizeram em políticas públicas específicas direcionadas a esta juventude para disputá-la com a "sedução do dinheiro fácil" proporcionada pelo tráfico. Jovens na faixa de 16 a 22 anos, geralmente pobres, pardos e pretos, são a maioria de presos e mortos, mostrando que a "política de segurança pública" tem o alvo errado. O grande "exército de reposição" recoloca de novo as mesmas peças no lugar. Não atua no grande traficante, não atua no seu braço financeiro e nem atua inibindo o tráfico de armas que alimenta esta terrível guerra. Parece que é de propósito para não secar "as fontes" que arregam muita gente do aparato repressor, vide as prisões constantes de oficiais da PM e Civil de baixa e alta patentes. A mídia tem divulgado isso cotidianamente.

* O que aconteceu um Cabo Frio ao longo destes últimos 20 anos, onde o município arrecadou mais de 7 bilhões de reais, que não foram investidos nas políticas públicas corretas para a emancipação da cidadania destes jovens, foi uma grande irresponsabilidade e agora está cobrando a sua "fatura". Parte deste volume colossal de recursos foram desviados para obras superfaturadas, faraônicas e não prioritárias, projetos assistencialistas de natureza duvidosa e sem transparência e para o ralo da corrupção que enriqueceu muita "gente" nesta cidade. Basta um simples olhar para verificar a evolução patrimonial incompatível de vários políticos e assessores em comparação com os rendimentos que são auferidos pela atividade pública normal.

* É estarrecedor ver uma grande parte da população reconhecer isso, porém, encarar tudo com uma passiva cumplicidade e reconduzi-los a mandatos sucessivos. Uns ainda recebem algumas "migalhas" desta riqueza que caem de suas mesas fartas, mas outros apenas sofrem os efeitos deste brutal embuste político que tem tudo para ter continuidade em 2016. Tudo isso se materializa em vários aspectos da vida cotidiana da cidade, inclusive no aumento da violência urbana. Tem pessoas que tem todo o direito de reclamar, mas muitos foram cúmplices, inocentes ou não, deste processo que segue, hoje, infelicitando a cidade e seus moradores.
Pobre cidade rica !!


* Nossas saudações ao Servidor Público no seu dia, em especial aos servidores públicos e seus respectivos sindicatos em Cabo Frio, que estão na luta pelos seus direitos e pela sempre importante vontade de atender bem a coletividade. Algumas vitórias precisam ser comemoradas e futuras conquistas precisam ser sempre almejadas. Deixo como homenagem este poema de Brecht que chama para a luta e valoriza aqueles que desempenham bem seus papéis, exercendo desde as funções mais simples a aquelas que se traduzem em lideranças:

"OS QUE LUTAM

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis."


* O "novo" velho governo Alair anunciou esta semana com pompa e circunstância a efetivação do projeto de Lei de autoria do "vereador temporário" João Gomes ( Uma ótima lei) que cria o transporte universitário para os jovens de Tamoios. Nada a criticar com relação a iniciativa prática, porém, como tudo que acontece neste governo ( o anterior de triste memória de Marquinhos não era diferente) as informações não vêm completas. E a mídia local também não pergunta. E a nossa brava Câmara de Vereadores também não fiscaliza, exercendo o seu papel constitucional.
Por exemplo: Os ônibus foram comprados pela prefeitura ? Houve licitação ? Qual o valor da compra ?
Os ônibus foram alugados a iniciativa privada ? Houve licitação ? Qual o valor do contrato ?

* Parece que não, mas é importante saber como é investido o dinheiro público. Por que estas informações nunca vem junto com as ações ?
Transparência no trato com a coisa pública nunca foi o forte destes "caras" !!


Mídia Independente Coletiva - MIC
O "TERCEIRO TURNO" SERÁ NAS RUAS
Por Wilson Ventura
Os dados oficiais do TSE revelaram que o boicote às eleições superou os números do candidato vencedor do 2º turno para governador do Rio de Janeiro.
De acordo com as Leis, o vencedor é aquele que tem metade mais um somente dos votos válidos do pleito. Contudo, a falta de legitimidade de Pezão (PMDB) ficou evidente com os números do boicote, que acabou vencendo as eleições no Rio de Janeiro.
Considerando que a representatividade do atual governador está muito enfraquecida, a previsão para 2015 é o aumento de manifestações populares. Depois desse resultado, a avaliação correta a ser feita é que o "terceiro turno" será nas ruas.

* O quadro acima serve de alerta para o PMDB do Estado do Rio e seus apoiadores em Cabo Frio que o "Boicote" foi o mais votado nas eleições fluminenses. Isto caracteriza um ato de repúdio e que as mobilizações continuarão sendo feitas nas ruas pelos movimentos sociais organizados, sindicatos, partidos políticos e outros grupos que não reconhecem o PMDB como seu representante no poder. Grande parte da população presente nestes movimentos oposicionistas não esqueceu os grandes escândalos de corrupção que marcaram o governo "Cabrão" e nem a forte repressão na "base da porrada" a que foram submetidos durante as manifestações do ano passado.
Só a luta muda a vida !!


* Considero muito boa a fala de Dilma já como presidente reeleita de instituir uma Reforma Política, via plebiscito popular, aumentando as possibilidades de participação através da democracia direta. Uma reforma política não pode estar submetida apenas a vontade de um congresso conservador como este que se apresenta neste momento. Só o fato das lideranças do PMDB, como Renan, Eduardo Cunha e Jucá, serem contra já me faz ficar a favor. Estes "malandros" não querem mudar nada. Este esquema atual de financiamento privado de empresas os favorecem amplamente, além de outros fatores. Eles não querem mudanças profundas e sim algumas maquiagens para a manutenção desta "falsa representatividade parlamentar", bancada através do poder econômico das campanhas, distorcendo todos os conceitos democráticos.

* Apesar de termos também na sociedade grupos conservadores, o debate e o contraponto de setores progressistas podem contribuir para um projeto plural que tenha apoio popular e promova reformas profundas no nosso sistema político eleitoral. Do jeito que está não dá mais. O repúdio da população ao quadro político é diário e se manifestou com mais veemência nas jornadas de junho do ano passado, quando das inúmeras pautas a reforma política era uma das mais presentes.

* Este repúdio também se materializou no elevado volume de votos brancos/nulos e na abstenção presente nas recentes eleições nas várias esferas de poder. Apesar de reconhecer que este parlamento foi eleito pela população, e de uma forma ou de outra expressa alguma forma de representação, penso que esta importante tarefa deve ser de responsabilidade de todo o povo brasileiro.
Bola dentro Dilma !!


* É inegável o determinismo do poder econômico nas campanhas eleitorais em qualquer nível ou esfera de poder. Cerca de 90% dos eleitos e dos "bem votados" foram resultados de uma campanha com muita estrutura e muito dinheiro. É só olhar a composição das bancadas legislativas e as disputas travadas para os cargos executivos. Os 10% restantes das vagas foram preenchidas por políticos com carreiras consolidadas, em sua maioria já com mandatos, onde atuam com correção de princípios, que não precisam do poder econômico porque atuam naqueles segmentos eleitorais onde impera o "voto de opinião", que é livre, dissociado do poder econômico e da pressões por cargos e benesses do poder público. São exemplos aqui no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, Chico Alencar, Alessandro Molon, Miro Teixeira, entre outros.

* É uma falácia atribuir a setores de esquerda uma baixa votação devido ao "discurso". Fora algumas poucas exceções, os candidatos de esquerda não tem tido nenhum discurso radical para afastar eleitores. A baixa votação deriva das campanhas modestas e até franciscanas que são feitas, até porque muitos são trabalhadores sem recursos e se recusam a aceitar financiamento de setores do grande empresariado. Fazem uma política de "enfrentamento" ao sistema e pagam o preço por assumir esta postura. Se fosse o discurso como justificar a eleição de políticos como Iranildo Campos, Tio Carlos, Tiago Pampolha, Domingos Brasão, além de outros no estado e país afora, que não tem nenhum "discurso". Tem apenas a força da estrutura de campanha ou ajuda do poder político de determinada região e da compra de cabos eleitorais pela ação de muita grana.

* Pega qualquer candidato de esquerda e turbina sua campanha com muita grana que ele vai se eleger fácil. O atual modelo político-eleitoral de nossa democracia representativa está submetido a estas premissas. Daí, a necessidade de que se possa realizar mudanças para tentar torná-lo menos suscetível a esta variável econômica e quem sabe criar um modelo mais igual e democrático. Não é tarefa fácil, pelo contrário, a maioria dos políticos são eleitos desta forma e não querem nenhuma mudança radical.
Democracia de massas é isso, acrítica, despolitizada e facilmente influenciada pela força da mídia e pelo poder econômico de quem "controla" o Estado.

* Mais tarde mais um artigo polêmico sobre as eleições 2014 !!

2 comentários :

  1. Colega, abandono das periferias? Quanta modéstia! A cidade toda está um cacareco.

    Imagine, se alguém vai fazer algum questionamento, quando o assunto é da área rodoviária. Cláudio leitão, sinceramente, eu estou ficando muito preocupado com você. Está postando no blog sonhando ou em estado de sonambulismo.

    ResponderExcluir
  2. A violência está disseminada por toda a cidade, mas é nos bairros periféricos onde ela encontra sua face mais cruel e sangrenta.

    ResponderExcluir