domingo, 30 de novembro de 2014

RADICALIDADES E MUDANÇAS




RADICALIDADE E MUDANÇAS

A palavra radical vem do latim “radicale”, e etimologicamente, deriva da palavra raiz. No campo político “ser radical“ é encarado negativamente por diversos segmentos da nossa sociedade, principalmente, por setores mais conservadores que abominam mudanças que possam abalar seus privilégios. Nós do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade, fundado em 2004, a partir de um grupo divergente do PT, somos muitas vezes, assim carimbados. Lembro da campanha presidencial de 2006, onde a ex-senadora Heloisa Helena recebia os elogios de inteligente, corajosa e honesta, mas era tachada de muito radical. O mesmo aconteceu com Plínio de Arruda Sampaio em 2010. Idem com Luciana Genro em 2014.

Guardada as devidas proporções, tal fato, tem se repetido comigo e com os demais companheiros do partido quando participamos do processo eleitoral ou qualquer debate na mídia e nas redes sociais. Somos militantes da esquerda socialista e opinamos sobre diversos fatos políticos e sociais que ocorrem em nossa cidade, no nosso país e no mundo, e também recebemos críticas por opiniões consideradas radicais. Devido nossa formação política e ideológica temos um olhar crítico sobre este modelo neoliberal e globalizante que querem nos impor como verdade absoluta e pensamento único.

O mais engraçado de tudo isso é que grande parte dessas pessoas que fazem críticas, quando perguntadas sobre o atual estado das coisas, principalmente no campo político, reclamam e pedem mudanças.
Fica a pergunta : Que tipo de mudanças se fazem necessárias ?
É aquela “cara nova” que representa interesses de velhos caciques políticos?
Será que basta uma mudança “meia boca”. Uma “melhorazinha “ aqui e outra ali.
Isso atende as nossas necessidades?
Qual a profundidade das mudanças que seriam realmente transformadoras ?

Ser radical não é ser negativo. É lutar por mudanças que possam atingir a raiz do problema. Encontrar soluções que possam mudar a vida das pessoas para melhor, de forma a impedir retrocessos. Somos adjetivados como radicais por lutarmos por uma reforma política que possa restabelecer a ética e as boas práticas políticas. Por lutarmos por mudanças no modelo econômico que possam trazer mais igualdade e justiça social. Por combatermos com firmeza à corrupção, um câncer que atrasa o desenvolvimento do país. Por batalharmos pela total transparência no trato com a coisa pública. Por acharmos que o capital humano tem que estar acima do capital financeiro. Que o desenvolvimento tem que estar subordinado a distribuição de renda e a preservação ambiental, respeitando o planeta e as futuras gerações.

No plano municipal, somos radicais por lutarmos contra um modelo de gestão que enriquece há décadas uma elite política em detrimento da maior parte da população que não é atendida com políticas públicas efetivas na saúde, educação, habitação popular, transportes, saneamento, segurança pública e geração de emprego. O histórico descaso com o distrito de Tamoios e das zonas periféricas da cidade representa bem a desigualdade desta equação. A explosão da violência urbana é o resultado encontrado.

No atual estágio não cabem mais meias medidas. Precisamos de mudanças profundas que só virão com muita luta e participação popular. Precisamos atacar a raiz de todas essas situações, caso contrário, ficaremos no terreno das “melhorazinhas”, dependendo da ajuda e favores de quem não quer mudar coisa alguma.

José Sarney, Renan Calheiros, Serra, Aécio, Paulo Maluf, Dilma, Lula, FHC, Sergio Cabral, Pezão, Jânio Mendes, Marquinhos, Alair Correa e outros em nosso país, estado e município se orgulham de não serem radicais. Eles querem que tudo permaneça como está. Querem que você acredite que tudo é assim mesmo e que agentes políticos são todos iguais.

De minha parte vou continuar sendo radical. Jamais vou estar na mesma trincheira de lutas que eles participam, ora como adversários, ora como aliados, dependendo de seus interesses pessoais ou de grupos. Vou continuar lutando por mudanças na sociedade. Penso que outra forma de organizá-la sob o ponto de vista econômico e social é possível. Vou continuar na luta, dentro das minhas possibilidades, contra todas as medidas conservadoras, intolerantes e reacionárias que nos impedem de ter uma cidadania plena e participativa.

A história política de Cabo Frio tem sido uma sucessão de repetições que transitam entre a tragédia e a farsa. Estas forças políticas ditas “dominantes” no município preparam outro embuste para 2016.
Até quando vamos tolerar esta esculhambação ?
É só isso mesmo que merecemos ao longo de todos esses anos ?
A resposta precisa, em primeiro lugar, ser encontrada dentro de cada um de nós.


“Uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas”
Karl Marx


Cláudio Leitão é economista, graduando em história e membro da executiva municipal do PSOL em Cabo Frio.

4 comentários :

  1. Pelo andar do processo evolutivo, politica em Cabo Frio, vai acabar virando escorregador de parquinho de Praça. Uma hora Alair sobe e escorrega na outra Marquinho.


    E por onde anda, o Hemocentríssimo Dr. Marcelo, conhecido na cidade como Dr. Marcelão. Ele sumiu do circuito. Tudo isso, depois que foi "atingido" na cabeça por um "morteiro" lançado pelo "pelotão de frente" do "Estado Alairzânico". Foi se "esconder" nas "montanhas" do "Estado Alairzânico", se deu mal. ..hehehehe

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  2. ""Meu grupo é melhor do que o dele." Cláudio Leitão quem foi o autor dessa frase? Que Albert Einstein, colega! Faz me rir. Olha, as minhas sobrinhas de quatro anos estão rolando no chão de tanto rir de você. Foi o ex-prefeito Marquinho Mendes fazendo comparação dos grupos políticos, no blog da Renata. Olha, nessa afirmativa vou ter que dar ponto para o ex-prefeito. Eu concordo!

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  3. As diferenças são mínimas, até porque tem alguns que estão com um pé em cada lado, rsrs

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    1. " As diferenças são mínimas"? São bastantes. Pode acreditar. Os que ficam em cima do muro, como cercas elétricas são os "intermediários." São os razoáveis do grupo.
      Mas eu conheço uns três que foram bastantes contestados que estão com os dois pés no lado A. Os contestadores engoliram mais seco que as represas de São Paulo. E agora: mais nada a declarar.

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