sábado, 25 de outubro de 2014

NOTÍCIAS E FATOS




* Debate para Governador do Estado do Rio de Janeiro: Pezão(PMDB) X Crivella(PRB):

Crivella foi melhor. Com um discurso mais articulado, alternando ritmo e entonação nas falas, até por fruto de sua experiência como pastor evangélico missionário, Crivella, foi mais claro do que Pezão em suas exposições. Atacou os pontos fracos do adversário, como os escândalos de corrupção no governo, suas ligações com as empreiteiras, as grandes falhas na saúde e transporte coletivo e as maquiagens na educação. Como ainda não exerceu cargo executivo, Crivella torna-se um alvo mais difícil para Pezão. Mesmo com seu "jeitão" conservador, Crivella saiu vitorioso no debate, embora isso não queira dizer que vai conseguir virar uma eleição que as pesquisas mostram perdidas.

* Pezão, nitidamente tem dificuldades nos debates. Não tem um discurso fluído e articulado como seu adversário, logo, se atrapalha para explicar fatos e citar dados. Não tem também um "giro rápido" de raciocínio para rebater as acusações e sempre acusa o golpe, inclusive demonstrando nervosismo em várias situações. Foi bem em ligar Crivella ao Bispo Macedo, seu único trunfo contra o adversário. Foi muito ajudado por sua equipe de marketing que conseguiu durante o programa de TV desvinculá-lo de Cabral, apresentando-o como " o tipo simples e gente boa". Pezão foi um produto ( como um sabonete) criado e embalado para venda. O preço era o voto. Por trás de tudo isso existe uma grande "casca grossa" escondida, que em caso de vitória vai manter o mesmo esquema de poder no Estado patrocinado pelo nefasto PMDB.


* Debate para Presidente: Dilma(PT) X Aécio(PSDB):

Aécio foi melhor. O tucano, criado desde cedo dentro de um ambiente político familiar, foi preparado e se preparou para este tipo de embate político. Participou de várias eleições e tem maior experiência do que Dilma nestas situações de confronto. Embora com aquela postura de "falso estadista", foi mais articulado no seu discurso e mais agressivo do que Dilma no confronto, talvez até pela necessidade de tentar alguma coisa para reverter a derrota demonstrada pelas últimas pesquisas. Partiu para o ataque na primeira pergunta, abordando a recente reportagem da Veja. Deu uma desestabilizada em Dilma neste primeiro momento. Seguiu no seu script de tentar mostrar falhas na gestão econômica da petista, desfilando dados, alguns corretos e outros de natureza duvidosa. O grande telhado de vidro do seu partido, entretanto, não lhe dá a credibilidade pretendida para fazer estas críticas, principalmente nos números da economia e nos escândalos de corrupção. Tem hora que a gente fica na dúvida de quem foi mais corrupto no poder, o PT ou o PSDB. Fechou com um discurso de "mudança" pouco convincente para quem conhece sua história pessoal e antecedentes da política desenvolvida por seu partido nos Estados que governa e no período que governou o Brasil, a famosa era FHC.

* Dilma, novamente, repetiu suas dificuldades de enfrentar debates. Se mostra sempre excessivamente nervosa, o que dificulta ainda mais sua falta de articulação e sequência nas falas. Gagueja, dá grandes paradas e acaba se atrapalhando com o tempo e o fechamento do raciocínio final das respostas. Mas teve bons momentos, principalmente quando conseguiu mostrar com bom humor o problema dos tucanos em São Paulo com a falta do abastecimento de água, com a tirada: "Meu banho, Minha vida". Numa única situação em que foi assertiva e sem falhar na articulação, expressou rindo no final: "Comigo é papo reto". Ficou na defensiva a maior parte do tempo e pecou em alguns momentos pela incoerência, quando acusou o PSDB de ter criado o fator previdenciário, "esquecendo" que o PT o manteve e inclusive o vetou, através de Lula, quando o mesmo congresso conservador aprovou o seu fim. A outra situação foi falar que era contra o financiamento de empresas em campanhas eleitorais quando recebeu milhões das mesmas, até mesmo valores maiores que os doados ao PSDB. Pedir a uma economista que fizesse um curso do Pronatec foi um outro ato falho, mas de menor importância, fruto do seu nervosismo e falta de criatividade em debates políticos. Sua fala final foi de tentar mostrar que o PT foi mais competente que o PSDB no oferecimento das políticas compensatórias que melhoraram um pouco mais a vida do brasileiro.

* Nota-se claramente que ambos não se comprometeram com nenhuma mudança estrutural no modelo de desenvolvimento do país. Vão manter a mesma política macroeconômica e não apontaram e nem discutiram temas de fundamental importância, como a dívida pública, seguridade social, reformas políticas, tributárias, fiscais e agrária, meio ambiente, ampliação dos direitos reivindicados nas grandes jornadas de junho/2013, aborto e homofobia, o crescente fundamentalismo religioso na política, as relações fisiológicas com o Congresso, além de outras. Com a vitória de qualquer um, vem aí um novo tempo de lutas para a classe trabalhadora, a maioria deste país, no sentido de manter e ampliar seus direitos. Esta eleição já tem certamente grandes vitoriosos: O PMDB, as grandes empreiteiras e os banqueiros, que continuarão como os "verdadeiros donos" do Estado Brasileiro.

* Ficará na história como uma eleição marcada pela intolerância, pelo ódio, pelas mentiras mútuas, pelo "jogo sujo", pelas agressões entre militantes e simpatizantes dos dois partidos, pela falta de respeito as opiniões contrárias, que foram manifestas nas ruas e redes sociais.
Uma eleição marcada por um grande embuste eleitoral que não vai produzir no país os avanços necessários para a redução de nossa brutal desigualdade social e crescente concentração de renda. Ou teremos o continuísmo da capitulação do PT em enfrentar as grandes questões nacionais, oferecendo como única opção as consequentes políticas compensatórias que são "migalhas" em contraponto ao ganho do grande capital, ou teremos o possível retrocesso com o aprofundamento das práticas neoliberais com a vitória do PSDB.
Só a luta muda a vida !!

Um comentário :

  1. Cláudio Leitão, no ano que vem já pode assistir os jogos do Vasco ao vivo sem precisar ir tão longe. Pois o Macaé,não tomou conhecimento do time do Fortaleza e nem do estádio com o maior público de todas as series. Fez 1 x 0 e o fortaleza penou para empatar. Como o Macaé empatou de 0 X 0 em casa ficou com a vaga para série B. E o narrador daquele canal iterativo narrado o jogo e torcendo para o Fortaleza? Sem noção!
    Valeu Macaé! Fizeram um estádio decente e pode apresentar para o Brasil,se organizaram, "bateram na trave" durante quatro anos e agora conseguiram.

    Enquanto isso, onde anda a "cabufriense",com sua (dele) moderníssima arena-favela multiuso ?

    ResponderExcluir