quarta-feira, 1 de outubro de 2014

NOTÍCIAS E FATOS




* O prefeito de Cabo Frio, Alair Correa, deu ontem uma entrevista coletiva, ou melhor um "monólogo entrevista", onde disse com a maior "cara de pau" que não sabia da proposta da Secretaria de Educação de acabar com o ensino médio no município. Desautorizou seus comandados e recuou estrategicamente desta proposta. Alguém acredita nisso ?

* É impressionante como nenhum jornalista questione o prefeito de uma forma mais contundente sobre as inúmeras contradições do atual governo numa entrevista coletiva, principalmente as promessas não cumpridas. As perguntas são do tipo "lugar comum" ou "bola quicando" para o prefeito "bater um bolão entre amigos".

* Depois da pressão da sociedade e da comunidade escolar, quer sair desta história sórdida como o "salvador da pátria". Uma pantomina. Depois do grande desgaste desta medida, característico de quem "não gosta da educação", tendo em vista que mandou para a Câmara de Vereadores um orçamento reduzido para a educação em 2014, tenta recuperar a imagem do governo. Antes, num mandato anterior, reduziu o orçamento da educação de 35% para 25%, mudando a Lei Orgânica do município. Sempre com o apoio da Câmara que historicamente se torna subalterna ao velho esquema do fisiologismo em troca de cargos, empreiteiras e outras coisitas a mais.

* É bom que fique claro que o ex-prefeito Marcos Mendes, seu pupilo de outrora, tentou a mesma coisa no governo passado e foi também abatido deste projeto sombrio pela luta de pais, professores e alunos. Logo, é no mínimo engraçado e constrangedor que esta medida cause alguma indignação em quem apoia a dupla de neo-alidos, Marquinhos/Jânio. Como disse antes, o descaso com a educação nesta cidade é histórico e envolve de forma direta estes personagens nos últimos 18 anos.


* O debate entre os presidenciáveis realizado domingo, na Record, a exemplo do que aconteceu na Band e no SBT, foi frio e com apenas um lance de "emoção". A destilação de ódio, preconceito e inversão de valores do "candidato figura", Levi Fidelix, que atacou como poucas vezes vi na TV todo o movimento LGBTS do Brasil. Pode, inclusive, ser punido pelo TSE. O tempo é curto para respostas mais elaboradas sobre os temas propostos. Os candidatos, nenhum deles, tem aquele "timing" característico dos grandes debatedores, como Brizola, por exemplo. Tem que ter rapidez de raciocínio, objetividade, leveza em alguns casos e dureza em outros. Eles não encontram o ponto.

* Dilma(PT) é excessivamente técnica. Sua fala não empolga. Vai para o debate com uma pilha de papéis cheios de dados estatísticos preparados por sua assessoria, que a faz, as vezes, se enrolar com tantos números. Aécio(PSDB) com aquela conversa de renovação não convence ninguém. Marina(PSB-REDE), como sempre, fala muito, usa a retórica vazia que tem com palavras bonitas, mas com abordagens genéricas e pobres de conteúdo. O Pastor Everaldo(PSC), ícone de um conservadorismo cristão, fala apenas para um nicho do eleitorado. Não tem conhecimento e nem preparo para analisar as grandes questões nacionais. Eduardo Jorge(PV) é inteligente, mas fica com uma pauta muito restrita às questões ligadas ao meio ambiente. Luciana Genro(PSOL) tem fechado bem os debates com uma fala que aborda a ampliação dos direitos sociais, mas perde várias oportunidades de ser mais marcante e precisa nos questionamentos que sofre e que faz. Levi Fidelix(PRTB), depois de domingo e da sua "incrível" participação vai merecer um post mais elaborado abaixo.

* Os debates com os candidatos ao Governo do Estado do Rio tem sido melhores. Tarcísio Motta(PSOL) e Lindbergh Farias(PT) e Garotinho(PR) são bons debatedores. Pezão, escondendo Cabral, tem sido o alvo de todos. Tem se atrapalhado todo nas respostas, mas incrivelmente lidera as pesquisas graças ao "rolo compressor" da máquina governamental e a campanha milionária e enganadora que faz.


* A resposta dada nas redes sociais pelo Deputado Federal Jean Willys(PSOL-RJ) a fala do "inenarrável" Levi Fidelix foi sensacional e extremamente criativa. Confira abaixo:

"Sobre o debate da Record, eu gostaria agora de poder comentar apenas a performance de Luciana Genro; de dizer que tenho muito orgulho de ela ser a única candidata presidencial que tem a coragem de defender o casamento civil igualitário, a legalização do aborto, a taxação das grandes fortunas e outras propostas sobre as quais os demais candidatos têm medo de se posicionar (Luciana foi a primeira e única candidata presidencial a falar sobre transfobia em rede nacional e a defender meu projeto de lei de legalização e regulamentação da maconha!). Eu gostaria de me ater apenas a esse aspecto, mas não posso, não diante do discurso de ódio à população LGBT proferido por Levy Fidélix, motivado por uma mistura nauseante de estupidez, homofobia e demagogia vulgar!
Vou avaliar junto à assessoria jurídica se é possível representar contra o candidato na Justiça por sua ofensa a uma coletividade e por estimular a violência contra esta. Como pode um sujeito como esse (que também se referiu aos usuários recreativos de maconha como "esses drogados que não produzem nada") ser candidato presidencial?
Acho que Luciana ficou perplexa e os demais, ainda que constrangidos, silenciaram. Isso mais o riso da plateia mostram bem como esse tipo de violência contra LGBTs é socialmente aceito!
Levy, de tão estúpido, não se dá conta de que ele mesmo - sua existência - contraria sua tese de que "aparelho excretor não reproduz".

* Tá dito !!


* O debate de ontem na Rede Globo entre os candidatos ao governo do Estado do Rio foi bem melhor que o dos presidenciáveis. Mais dinâmico, com os candidatos mais focados e mais objetivos nas respostas. Os candidatos são melhores debatedores. Novamente o grande destaque foi o candidato do PSOL, Tarcísio Motta. Inteligente, espirituoso, preparado e articulado, consegue marcar sua posição de diferença frente aos "4 Cabrais". Deixou Pezão e Garotinho várias vezes de "saia justa". Uma das frases marcantes do Tarcísio: "Tenho o cabelo preso, mas não tenho o rabo preso", se dirigindo a Pezão.

*Pezão(PMDB), muito ruim de debate, foi o "saco de pancadas oficial" de todos. Líder nas pesquisas e bem assessorado pelos seus marqueteiros, não respondia as questões polêmicas e nem entrava em confronto direto com seus adversários. Se limitava a repetir uma série de dados estatísticos, ao estilo Dilma, para se safar de suas contradições, como por exemplo, quem financia sua campanha e porque escondeu o ex-governador Cabral no programa de TV.

* Lindbergh e Crivella fizeram uma "dobradinha combinada" para bater em Pezão. Crivella, ontem, deixou o estilo "bom moço" em casa e desceu a lenha no "Mão Grande", quer dizer, Pezão. Garotinho, experiente debatedor, também bateu bastante em Pezão, mas a "grande vidraça" que tem faz com que tome também as suas porradas de volta. Desta vez gostei do debate, que serviu sem dúvidas para clarear o posicionamento político de cada um. É incrível como Pezão com toda a sua fragilidade, sua falta de preparo e com a rejeição do governo Cabral consegue liderar as pesquisas.É um caso para enlouquecer cientista social.

* Só mesmo a "maquina do governo" e muita grana na massificação de sua campanha podem explicar !


* Uma abordagem sobre capitalismo e democracia para ser analisada e pensada neste mundo de "verdades prontas", onde as pessoas tem profunda dificuldade de compreender que outro modelo de sociedade precisa ser construído. O modelo ideal não sei, mas algo precisa ser feito para que possamos frear este processo descivilizatório do nosso cotidiano que insistimos em conviver e aceitar com estranha passividade.

Capitalismo e Democracia

“Interessa me deixar claro desde o começo que para mim, o capitalismo é em sua análise final incompatível com a democracia, se por “democracia” entendemos tal como o indica sua significação literal, o poder popular ou o governo do povo. Não existe um capitalismo governado pelo poder popular no qual o desejo das pessoas seja privilegiado aos dos imperativos do ganho e da acumulação e, no qual, os requisitos da maximização do benefício não ditem as condições mais básicas de vida. O capitalismo é estruturalmente antitético em relação à democracia, em princípio, pela razão histórica mais óbvia: não existiu nunca uma sociedade capitalista na qual não tenha sido
atribuído à riqueza um acesso privilegiado ao poder. Capitalismo e democracia são incompatíveis também, e principalmente, porque a existência do capitalismo depende da sujeição aos ditames da acumulação capitalista e às “leis” do mercado das condições de vida mais básicas e dos requisitos de reprodução social mais elementares, e esta é uma condição irredutível. Isso significa que o capitalismo necessariamente situa cada vez mais esferas da vida cotidiana fora do parâmetro no qual a democracia deve prestar conta de seus atos e assumir responsabilidades. Toda prática humana que possa ser convertida em mercadoria deixa de ser acessível ao poder democrático. Isso quer dizer que a democratização deve ir da mão da “desmercantilização”. Mas “desmercantilização” por definição significa e fim do capitalismo.”

Ellen Wood
Professora de Ciências Políticas da Universidade de York, Toronto – Canadá.


SOCIALISMO E COMUNISMO

* Para clarear conceitos e fugir das definições equivocadas, associadas à alguns regimes políticos de outros países, deturpadas de propósito pelas grandes mídias conservadoras que fazem confundir milhares de corações e mentes no Brasil a cerca do que representa, de fato, a filosofia marxista sobre socialismo e comunismo na leitura do filósofo francês Daniel Bensaid:

SOCIALISMO.
"Não se trata de buscar um modelo de alternativa ou de traçar os planos de uma sociedade ou cidade perfeitas. O futuro acontece enquanto se caminha, a partir das contradições reais da ordem existente. Mas qualquer projeto revolucionário tem a sua parte de sonho. É preciso sonhar para explorar o campo do possível.
O que implica trabalhar de outra forma, ter o tempo de se instruir e de se educar ao longo de toda uma vida, de escapar às especializações definitivas, de poder ser simultaneamente trabalhador e também poeta, pintor ou músico. Existe hoje, no mundo da “arte” profissional uma minoria que nem sempre tem alguma coisa a dizer, enquanto que uma grande maioria, que tem tanto a dar, nunca tem a oportunidade ou os meios de se exprimir. A redução do tempo de trabalho é a condição de uma metamorfose e de um de um desaparecimento da divisão social do trabalho, tanto na produção como entre os sexos.
Produzir para as necessidades da maioria e não para uma corrida cega aos lucros e aos privilégios. O que quer dizer trabalhar, morar e viver de outra forma. Uma tal perspectiva é inconcebível sem tocar na sacrossanta propriedade privada dos grandes meios de produção e de comunicação. Como é que se pode adaptar a produção às necessidades, controlar a longo prazo o meio ambiente, coordenar os esforços e libertar a pesquisa básica dos critérios imediatos de rentabilidade, critérios estes que deixam a concorrência e o mercado tomar as decisões a curto prazo, tudo isso à revelia dos cidadãos ? Como pretender garantir o direito à habitação sem colocar em questão a propriedade fundiária ?
O direito à existência deve prevalecer sobre o direito à propriedade. O que não implica uma estatização total dos grandes meios de produção e de troca, mas antes dar à coletividade os meios de escolher e de controlar o seu próprio futuro.
Promover uma democracia mais ampla. O destino da humanidade não pode ser decidido em um jogo de cartas.
A democracia mais ampla exige a disponibilidade de tempo de se informar sobre as grandes questões, o tempo de deliberar diretamente, e os meios de se pronunciar sem se depender exclusivamente da opinião dos especialistas.
A democracia mais ampla exige a disponibilidade de tempo de se informar sobre as grandes questões, o tempo de deliberar diretamente, e os meios de se pronunciar sem se depender exclusivamente da opinião dos especialistas.
Trata-se, portanto, de reabilitar a própria ideia da política e de estender a democracia para fora da esfera institucional, até à democracia da produção de bens e da cultura, generalizando a auto-gestão e o controle dos representantes pelos representados. O que supõe a livre confrontação pluralista de projetos e de programas, a plena soberania e a independência das organizações sindicais e associativas em relação aos partidos, a extensão de uma democracia não somente política, mas social e autogestionária.
Finalmente, desenvolver uma solidariedade internacional contra todos os espíritos estreitos e paroquiais. Pensar e agir como cidadãos do mundo, conforme a ambição inicial da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. O que implica em especial uma solidariedade de todos os dias em relação aos povos dos países dependentes e dominados que sofreram séculos de pilhagem e de dominação. Esta pilhagem toma hoje a forma da dívida. Permite aos credores imporem as suas condições e imposições, empurrando os países em vias de desenvolvimento para a via do subdesenvolvimento.
Trata-se somente de pistas que desenham os contornos de um futuro diferente e possível de ser vivido. O amanhã começa de fato nas lutas de hoje. Isso é também o socialismo que queremos : tornar indispensáveis o maior número possível de seres humanos."

COMUNISMO.
"O comunismo não é uma ideia pura, nem um modelo doutrinário de sociedade. Não é o nome de um regime estatal, nem o de um novo modo de produção. É o de um movimento que, de forma permanente, supera/suprime a ordem estabelecida. Mas é também o objetivo que, surgido deste movimento, o orienta e permite, contra políticas sem princípios, ações sem continuidade, improvisações diárias, determinar o que aproxima e o que afasta deste objetivo. Neste sentido, não é um conhecimento científico do objetivo e do caminho, mas sim uma hipótese estratégica reguladora. Nomeia, indissociavelmente, o sonho irredutível de um mundo diferente, de justiça, de igualdade e de solidariedade ; o movimento permanente que aponta para a derrocada da ordem existente na época do capitalismo ; e a hipótese que orienta este movimento na direção de uma mudança radical das relações de propriedade e de poder, a distância dos acomodamentos com um mal menor que seria o caminho mais curto para o pior."

* Mais tarde um pouco de Humor e Poesia !!

Um comentário :

  1. Eu também não entendo esses jornalistas da cidade. O prefeito Alair simplesmente faz das entrevistas o seu(dele) stand-up comedy sem ninguém perguntar e replicar nada. Olhe, que o prefeito dá cada mole. Se ele pega, uns jornalistas de grande mídia, simplesmente "cairá literalmente do palco." Eu que não sou jornalista fico só analisando as entrevistas do prefeito e dá vontade de ir lá perguntar e replicar em muitos mole que ele oferece. Fala como se estivesse em um livro de fabulas.
    Parece que tem medo do prefeito! Se comportam como figurantes de cinema mudo.


    Mas Cláudio leitão, o fator RH me contou: que quem voltou dar pinta na ruas da cidade e entrevista de programa foi o Hemocentríssimo Dr. Marcelo.

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