segunda-feira, 28 de abril de 2014

O TIPO DE PAÍS QUE QUEREMOS É O "TIPO POSSÍVEL ?




O tipo de país que queremos é o “Tipo Possível” ?

Faço esta pergunta, pois tenho percebido nas redes sociais, diversos comentários de petistas e até de pessoas sem vinculação partidária que devemos nos conformar com a atual situação e que o “sistema” é muito forte e não é possível enfrentá-lo.
Dizem que o que acontece no país, as “melhorinhas” alcançadas com os programas sociais, umas até interessantes, outras meras políticas compensatórias de transferência de renda (que eu sou a favor, pois quem tem fome tem pressa, mas que precisam ter portas de saídas estruturantes) são as alternativas POSSÍVEIS diante do quadro e que qualquer enfrentamento vai ser combatido pelas “famosas elites”.

Com isso chegamos a conclusão que o POSSÍVEL é governar com Sarney, Renan, Barbalho, Maluf, Collor e outros. O POSSÍVEL é continuar comprometendo metade do orçamento para pagar juros e amortizações de uma imoral e ilegal dívida pública que apesar dos pagamentos, só faz crescer ainda mais. O POSSÍVEL é o fator previdenciário, a maior sacanagem que já fizeram com o trabalhador brasileiro e que o PT era conta quando FHC aprovou. O POSSÍVEL é cortar gastos sociais para elevar o superavit primário.

O POSSÍVEL são os baixos investimentos em saúde, educação, habitação, etc... Tem resultados positivos que o crescimento da economia faz sozinho. Isso não transforma estruturalmente o país. Aponte uma, eu disse uma, reforma estrutural feita pelo PSDB ou pelo PT nestas duas últimas décadas.

Bem, a elite não deixa !
Porém, a maior parte da elite e da direita está no governo, na tal coalizão. O resto está inconformada no DEM e PSDB. O que o PSOL defende são as reivindicações que todos que estavam e estão nas ruas também defendem.
O fracasso dessa governabilidade está expresso em todos estes protestos.

Achar que o avanço POSSÍVEL é só isso que está aí, na minha opinião é aceitar as velhas migalhas do grande capital. Eu quero outro país e discordo frontalmente de quem defende estas posições conformistas com relação às possibilidades de alcançá-lo. Os embates fazem parte do processo de ruptura. O PT se conformou aos interesses do capital, que sem dúvida vai permitir que ele faça estas políticas compensatórias maquiadoras da pobreza para continuar ganhando as eleições. Do PSDB/DEM nada se podia esperar mesmo.
Este espaço é curto para um debate deste tamanho. De fato, a maior parte da população é conservadora, despolitizada e não acredita na política como fator de transformação, e como dizem alguns, é um "enorme lumpezinato".

Então nada pode ser feito para mudar isso ?
Penso que não, prefiro acreditar em Brecht: Nada deve parecer impossível de mudar".

Outros dizem que uma parte privilegiada deste “lúmpen” veio do seio da classe operária, fundou um partido, depois centrais sindicais, e após muita luta contra os patrões chegaram ao poder, e agora governam com estes mesmos patrões e o que é pior, governam prioritariamente para eles.

Não sei você, mas de minha parte vou continuar utópico, sonhador e radical !


“A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”
Karl Marx


Claudio Leitão é economista e membro da Executiva Municipal do PSOL Cabo Frio-RJ.

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