sexta-feira, 22 de maio de 2015

PERGUNTAR NÃO OFENDE NINGUÉM !




Nestes últimos meses a população de Cabo Frio tem assistido perplexa e estarrecida a todos os tipos de escândalos e denuncias envolvendo os mais variados atores políticos, tanto da situação ( governo Alair), quanto da pseudo-oposição(marquinistas e janistas). São condenações em tribunais colegiados, multas do TCE, votações contra o trabalhador, agressões mútuas, contratos suspeitos, irresponsabilidade na gestão, desvios de dinheiro público, nepotismo escancarado, crises diversas, brigas, intrigas, etc.
O “papo da crise” é apenas para encobrir o que acontece no submundo da política local.

A redução na arrecadação municipal existe, mas não é nada que uma boa gestão não solucionasse se não tivéssemos todos os desperdícios e esbanjamentos passados. Os atuais e antigos "donos do poder" têm nos brindado com inúmeras lições de como fazer política com “ p “ minúsculo, mostrando claramente, a falta de compromisso com a população de nossa cidade. As mídias locais, principalmente os blogs, noticiam fartamente sobre todos estes fatos. Interesses pessoais e de grupos se sobrepõem aos desejos e necessidades de nossa população.

Uma pergunta, entretanto, não vem sendo feita pela mídia. Qual a resposta que a população vai dar a esta esculhambação ?

É triste ver algumas pessoas dizerem que política é assim mesmo, logo, devemos nos conformar com todas estas atitudes. Não podemos aceitar esta opinião, sob pena de abrirmos mão da esperança de promovermos as mudanças necessárias para varrer da vida pública aquelas pessoas que não corresponderam as expectativas do nosso voto. Estes fatos lamentáveis mostram como é importante deixar de lado a alienação e a inação política, que leva a achar que este tipo de discussão não é importante para nossa batalha do cotidiano.

Tudo depende de decisões políticas, já dizia Bertolt Brecht, no século passado, com o seu poema “ O Analfabeto Político “. Quem não está atento e informado, certamente, sofrerá muito mais as consequências de atos políticos negativos. Vai sempre ser pego de surpresa.
Se navegar é preciso, renovar também se faz necessário. A resposta da pergunta acima, necessariamente, passará por esta questão. Que tipo de renovação estamos dispostos a fazer ?

Não se pode discutir apenas nomes, até porque, estes grupos que brigam pelo poder na cidade têm outros “nomes novos” para oferecer como reposição. A reflexão maior deve ser em cima da troca do modelo de gestão pública, caso contrário, esses nomes de reposição serão como trocar seis por meia dúzia. As práticas políticas condenadas por todos irão se repetir. A subalternidade ao coronel local também.

Este modelo de gestão implantado em nossa cidade há décadas está caindo de podre. Fisiologismo, assistencialismo sem cidadania, falta de transparência com os gastos públicos, inchaço da máquina pública com nomeações fraudulentas e eleitoreiras, falta de políticas públicas essenciais na saúde, educação, saneamento e habitação popular, falta de uma política ordenada para geração de emprego e renda, descaso com o patrimônio cultural, falta de planejamento urbano e uma política voltada para a nossa principal vocação que é o turismo, além de outras questões, que nos colocam diante deste desafio de romper com esta forma pequena de fazer política. Não pode haver “salvadores da pátria”.

Cabo Frio precisa de um choque de gestão, mas de gestão participativa, com os setores organizados da sociedade e população participando ativamente das decisões importantes para a cidade. Entristece ainda mais, saber que temos o nono maior orçamento do Estado, num universo de 92 municípios, mostrando que o problema não é falta de recursos, e sim, incompetência, gestão temerária e desvio acintoso dos recursos públicos, basta ver os sinais claros de enriquecimento de alguns que ocupam e ocuparam o poder. Basta ver a extensa lista de processos, antigos e atuais, que ostentam estes “ínclitos administradores”. Não são administradores coisa nenhuma, mas é assim que eles gostam de se autointular.
Qual a resposta que a população vai dar a esta esculhambação ?

Se continuarmos apostando apenas nos mais famosos, nas tais “celebridades”, sem avaliar o seu conteúdo, se continuarmos vendendo nosso voto por um benefício fugaz e imediato, se continuarmos não prestando atenção no debate político da cidade, avaliando sobretudo propostas, se continuarmos colocando nosso interesse pessoal em detrimento do interesse coletivo, não vamos dar resposta nenhuma.

Continuaremos sendo vítimas do oportunismo político, das mentiras e falsas promessas, da falta de compostura, e principalmente, da falta de planejamento e visão de futuro para nossa cidade, que se abaterá não somente sobre nossa realidade, mas também sobre a perspectiva futura dos nossos filhos e netos.

“ O futuro tem muitos nomes. Para os incapazes, o inalcansável, para os medrosos, o desconhecido, para os valentes, a oportunidade.”
Victor Hugo


Claudio Leitão é economista, graduando em história e membro da executiva municipal do PSOL em Cabo Frio.

9 comentários :

  1. Estou Chocado! Não sabia de nada.Vou fazer uma comissão para entender tudo isso narrado por você. Uma auditoria interna.

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    1. As coisas precisam ser repetidas, embora não seja novidade para muita gente. Juntar tudo, sistematizar a crítica, propor alternativas e exercer o direito da livre opinião.

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    2. Calma Leitão. Pediu emprestado o estresse do prefeito Alair? Não entendeu? Eu explico! Foi uma piada que eu fiz em cima do desconhecido de certo prefeito na pasta da saúde de uma cidade da região dos lagos.

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  2. Porra Leitão, matou a pau !!

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    1. Valeu meu caro anônimo. Se for para elogiar pode se identificar, rsrs
      Brincadeira, participe da forma que quiser.

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  3. Infelizmente estamos todos estarrecidos com a pseudo moralização, a tal "CORRREIÇÃO" medíocre e injusta que figem fazer na Saúde. O mais importante que são as condições de trabalho, a valorização dos profissionais são colocadas à largo. Tão querendo achar boi de pirando no meio dos funcionários. Como diria meu avô: Demagogia fresca!!!

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