* A morte do candidato a presidência Eduardo Campos entristeceu todo o país independente de frações políticas. Casado, pai de 5 filhos, 49 anos, o drama humano supera a questão política. Mas como o processo político não pode parar, mesmo em meio a estupefação e a dor da perda do homem Eduardo, as articulações políticas começam a acontecer para dar prosseguimento a campanha da coligação liderada pelo PSB.
* Marina Silva, vice na chapa, surge como sucessora natural. Mas como sempre na política as coisas não são tão simplistas assim. Primeiro, a dobradinha Eduardo/Marina foi fruto da articulação pessoal de Eduardo Campos e o nome de Marina não é unanimidade no conjunto dirigente da coligação. Segundo, será uma decisão pessoal de Marina aceitar o cargo e buscar fazer as costuras necessárias entre os integrantes da Rede e do PSB. E em terceiro lugar, há os problemas das alianças regionais e nos Estados que também tem que ser analisadas e talvez até modificadas com a presença de Marina como cabeça de chapa.
* A coligação tem um prazo legal de 10 dias para decidir pela substituição, mas a campanha eleitoral no rádio e TV começa já na próxima terça, dia 19 de agosto, o que é um complicador e pode levar a uma decisão neste fim de semana. A pressão em cima de Marina Silva é grande por parte dos seus correligionários a aceitar o desafio da candidatura, que de fato teria acontecido se a Rede tivesse tido seu registro aceito pelo TSE.
* Antes desta decisão é cedo para projetar o futuro quadro político que pode se desenhar para a eleição presidencial. Particularmente, creio que Marina aceitará e será a candidata da coligação, o que fará mudar a correlação de forças na eleição. Marina saiu da eleição de 2010 com 20 milhões de votos e com um "ar" de 3º via e este capital político pode ser resgatado, pois o sentimento de insatisfação com a política continua varrendo o país.
* O DataFolha já se prepara para fazer esta semana uma nova pesquisa já com o nome de Marina Silva no disco. Outros institutos de pesquisa o seguirão. É esperado que Marina vá além dos 8% de Eduardo Campos e encoste em Aécio, sucedendo os votos do ex-governador de Pernambuco e agregando uma parcela de indecisos e nulos. Já se fala também na possibilidade da acertos com membros da campanha do Pastor Everaldo(PSC), que abriria mão de sua candidatura , que tem cerca de 4% das intenções de voto, notadamente no nicho evangélico, facilitado por Marina também ser evangélica, o que permitiria a agregação deste programa, apesar de Marina não ser tão fundamentalista quanto o candidato do PSC. São hipótese que rolam nos bastidores, mas que ainda não podem ser confirmadas.
* Embora prematuro, penso que com a entrada de Marina Silva na disputa o segundo turno será a opção mais provável. Dilma já estaria lá, faltando definir se contra Aécio ou Marina. Entendo que a ex-senadora tira votos do tucano e da petista, e como falei antes, incorpora parte de indecisos e nulos. O fator emocional sempre pesa numa eleição. A morte trágica de Eduardo Campos, cria um sentimento de comoção popular que pode ajudar ainda mais Marina em sua alavancagem de votos.
* A candidatura Marina se torna uma ameaça perigosa a quase certa vitória de Dilma no primeiro turno, quadro este que as pesquisas vinham consolidando. Os dirigentes do PT estarão, evidentemente, atento aos resultados das próximas pesquisas externas e internas, e se perceberem alguma possibilidade de Dilma perder a eleição num possível segundo turno, acredito que não hesitarão em colocar o ex-presidente Lula na disputa, que segundo dispositivo legal, pode ocorrer até 20 dias antes da eleição. Neste momento, Lula é um candidato imbatível.
* Enfim, os próximos dias serão decisivos e como num "jogo de xadrez" as peças serão movidas de acordo com a movimentação dos respectivos adversários. A única certeza é que aconteceu um daqueles fatores imponderáveis que mudam quadros eleitorais consolidados, conforme citei em postagens anteriores aqui no blog.
* Pressionada pelas reportagens da Revista Cidade On Line e por setores ambientalistas de Cabo Frio, a Prefeitura resolveu multar o Shopping Park Lagos em 50 mil reais. A multa é um fator positivo, mas os danos causados ao meio ambiente da laguna estão longe de serem ressarcidos por qualquer valor de multa, até porque, provavelmente, vai haver recurso contra a multa por parte dos empresários.
* Falta apurar qual é a responsabilidade da Prolagos no caso, já que é a empresa concessionária responsável pela coleta de esgoto no município. A Prefeitura também precisa explicar a sociedade porque as promessas compensatórias do Shopping de construir um viaduto ligando o local à estrada e também construir uma escola de tempo integral e doá-la ao município não aconteceram até o momento.
* Mais tarde um artigo polêmico !!
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