domingo, 31 de agosto de 2014

NOTÍCIAS E FATOS




* O grave quadro da violência urbana em Cabo Frio permanece sem que as "autoridades competentes" consigam dar algum passo no sentido de pelo menos minimizar a situação. Os roubos, furtos e assassinatos são diários. Nenhum candidato em campanha eleitoral toca no tema, nem mesmo aqueles quem tem mandatos, que em tese, são os que tem maiores possibilidades de articulações políticas para que se efetivem ações preventivas que possam dar maior tranquilidade a população.

* Alguns chegam ao cinismo de negociar com o tráfico para terem exclusividade de fazer campanha nestas áreas "dominadas". A violência urbana é multifatorial, mas a negação de políticas públicas aos jovens desta enorme zona periférica, durante os últimos vinte anos, permitiu uma fácil cooptação destes garotos pelo crime e pelo tráfico. Tem gente que pensa que é só aumentar o contingente policial para resolver esta complexa questão. Apenas o aparato repressor do Estado não vai resolver. Tem que resgatar estes jovens através de uma série de políticas públicas combinadas. Educação, cultura, esporte, lazer, formação profissional, além de outras, que requerem vontade política por parte dos "mandatários de plantão". Uma cidade rica como Cabo Frio não pode ficar refém desta tragédia. É preciso mudar o modelo de gestão e de desenvolvimento que implantaram nesta cidade que é símbolo do atraso, da falta de transparência e da corrupção galopante.


* Desconfie destas campanhas milionárias que estão nas ruas de Cabo Frio e de todo o Estado. É óbvio que tem gente bancando isso. Muitas vezes usando dinheiro público desviado. O financiamento privado, principalmente originado de empresas, não é doação, é "investimento". Estas empresas vão exigir depois o "troco", que também na maioria das vezes será dado com dinheiro público.

* Você que é trabalhador, que "sua a camisa" todo dia, não caia na "esparrela" de votar em empresário rico ou candidato bancado por esta gente. Eles não vão defender seus interesses de classe no parlamento, seja na ALERJ ou Congresso Nacional. Este é um dos grandes problemas de nossa democracia representativa. Empresário rico ou quem é apoiado por ele jamais será representante do trabalhador. Esta distorção fica clara quando vemos na Câmara dos Deputados ( formada por 513 deputados) a presença de cerca de 280 empresários e 110 latifundiários, quase 80% dos eleitos. Na ALERJ, esta relação é um pouco menor, mas também não expressa a representação do tamanho da classe trabalhadora.

* Depois de eleitos, eles não vão votar matérias de interesse do trabalhador, como por exemplo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, a garantia dos direitos trabalhistas conquistados, maior investimento em saúde, educação e transporte, além de outras.
Portanto, OLHO NO VOTO !!


* A cidade está feia e poluída com o excesso de placas dos candidatos. Uma grande parte está colocada nas praças e cruzamentos sem os "plaqueiros" como manda a lei eleitoral. A justiça eleitoral até agora não determinou o recolhimento. Esta questão do excesso de placas precisa ter uma definição mais adequada, limitando o seu número e espaço de utilização. É triste também ver as pessoas ficarem ao sol e ao vento segurando placas de candidatos sem uma remuneração digna e muitas vezes não lançadas na prestação de contas eleitorais. A maioria é composta por pessoas humildes que por falta de oportunidades de trabalho são obrigadas a passar por esta situação para levar "o pão" para casa. É necessário rever esta questão através de uma profunda reforma eleitoral.
Quem faz campanha através da força do poder econômico e da opressão aos humildes não quer nem ouvir falar em reformas da lei eleitoral.


* Pesquisa DataFolha desta semana reafirma o crescimento da "Onda Marina". Neste novo levantamento a candidata do PSB-REDE encosta em Dilma((PT), ambas com 34% das intenções de votos. Quem caiu foi o tucano Aécio Neves(PSDB) que marcou 15%. O Pastor Everaldo(PSC) também caiu para 1%, junto com a candidata do PSOL, Luciana Genro.

* É um momento difícil para o PT que junto com o PSDB irão começar o processo de "desconstrução" da candidatura Marina Silva nos programas eleitorais, nas campanhas de rua e nas redes sociais. Na verdade, acho que para o eleitor mais atento, Marina vai se "desconstruir" sozinha, mostrando suas ambiguidades e incoerências, além do frágil conhecimento nas questões econômicas. Este processo já começou com o recuo conservador que deu em relação ao seu programa de governo, modificando o texto que tratava do "casamento gay". Sentiu a pressão imposta pelos evangélicos. Uma presidente precisa ser firme em suas convicções, ter posição, e não "velejar de acordo com os ventos".

* Marina procura fugir de todos os temas polêmicos, sempre dando respostas genéricas, onde fala um monte de palavras bonitas, mas não responde de forma objetiva as questões, demonstrando sua real posição. Tenho até alguma simpatia pela "figura" da Marina, pelas suas origens e pela sua luta na vida, mas ela precisa honrar os valores de onde veio e apontar claramente os caminhos que pretende trilhar no futuro, caso vença as eleições. Para o observador atento, como disse, ela não está fazendo isso.
Tem platitudes demais no seu discurso e com isso busca ser "ampla", usa isso como tática, visando angariar eleitores em setores mais progressistas e também em setores mais conservadores.


* Me identifico muito com as análises e posições que o escritor e frei dominicano, Frei Betto, tem do país. Também gosto muito de suas frases. Uma delas sigo como ensinamento de vida, quando ele diz:
"Posso não ficar para a colheita, mas insisto em morrer semente".
Isso tem pautado minha vida no trabalho, no sindicato regional da minha categoria que fundei e depois me levou a ser presidente da Federação Nacional, no partido(PSOL) que ajudei a fundar, no meu retorno a universidade, cursando História, com vistas a ser professor e continuar tentando dar a minha contribuição no sentido de debater e criar uma sociedade melhor, nos valores que passei e passo para meus filhos e nas pessoas que ajudei e encaminhei. Tenho orgulho de minha trajetória de vida e do que conquistei, de garoto filho de família humilde e que trabalha desde os 15 anos de idade.

* Esta semana, Frei Betto proferiu mais uma frase genial, porém desta vez, buscando o lado bem humorado das eleições presidenciais. Confira abaixo:

"A campanha presidencial se transformou numa questão aeronáutica: Aécio tem problemas com aeroporto; Marina, com avião; e Dilma, com a empresa do combustível, a Petrobras. E quando o Brasil decola?"

* Todos querem saber. Na minha opinião não decola com nenhum deles, pois os três, tem mais semelhanças do que divergências em seus projetos econômicos. Não pretendem fazer nenhuma reforma estrutural no país, que continuará submetido aos interesses do grande capital, que é o atual "dono" do Estado Brasileiro.


* Depois do programa eleitoral em que criticou o quase monopólio da Rede Globo nas comunicações no país, a candidata do PSOL, Luciana Genro, passou a ser boicotada nos noticiários do Jornal O Globo e nos jornais televisivos da emissora, principalmente no decadente Jornal Nacional. Na hora de falar da agenda dos presidenciáveis, a emissora fala de todos eles, inclusive do Emayel(PSDC) e do Fidelix(PRTB), mas não fala da Luciana. Não que isso importe em alguma coisa ou vá mudar a eleição, mas é a constatação da "canalhice jornalística" da emissora, que fala tanto na liberdade de imprensa e democracia, mas não a pratica quando recebe críticas ou quando alguém com coragem denuncia suas "entranhas sujas, subservientes aos interesses mais escabrosos.


* Faltando pouco mais de um mês para o momento do voto, é importante lembrar que toda nova eleição serve como momento de reflexão sobre o voto passado. É importante votar com consciência para depois cobrar do político eleito que cumpra com sua função ou no parlamento ou nos cargos executivos. Temos que parar com esta história de depois da eleição não lembrar em quem votamos, principalmente nas eleições proporcionais para deputado estadual e federal.
Como reclamar da política depois ?

* O deputado federal Chico Alencar(PSOL-RJ) foi preciso no twitter ao fazer o comentário abaixo, mostrando a incoerência e a falta de compromisso de alguns candidatos e partidos. Alguns não mudam e repetem as mesmas práticas não republicanas, logo, não podem merecer o seu voto. Portanto, OLHO NO VOTO:

"Qual o partido que, aqui no RJ, em menos de 2 meses de campanha, já teve candidato forte desistindo por acusação de enriquecimento ilícito, gráfica fraudadora lacrada pelo TRE, candidatos suspeitos de uso da máquina pública estadual e municipal, mais autuações por propaganda irregular? Isso mesmo, o PMDB. O do poder, que quer continuar no Executivo e com maiorias na Assembleia e na bancada federal. Só que depende de SUA EXCELÊNCIA, O ELEITOR. Depende de VOCÊ! Pense nisso, converse com seus amigo(a)s a respeito. A ética na política começa com o seu VOTO."


* O tema da Dívida Pública e das Reformas Previdenciárias tem sido recorrente no nosso blog. Notem que é uma assunto muito pouco debatido fora ou dentro das eleições. Os três principais candidatos fogem do assunto como "o Diabo foge da cruz". Não podem interferir com os "gordos ganhos" do sistema financeiro nacional e transnacional com o escorchante pagamento de juros, que consome metade do Orçamento do país. Até porque são eles junto com as empreiteiras, os principais doadores das campanhas eleitorais de Dilma, Aécio e agora Marina. Lembre- se, quem paga manda !!

* Procuro sempre colocar informações sobre o tema da dívida e da previdência social, suas relações e dependências, visando que se perceba o tamanho desta "bomba" que é o maior gargalo ao desenvolvimento do país. É impressionante a pontualidade com o pagamento de juros e amortizações de nossa dívida pública e o adiamento e a falta de compromisso com a nossa "dívida social", inclusive as aposentadorias, que aumenta tanto quanto a dívida financeira, apesar do volumosos pagamentos já ditos. Apenas a candidata do PSOL, Luciana Genro, tem propostas para equacionar este descalabro, propondo uma auditoria nestas contas, fato este, que tem natureza legal e está previsto na constituição.

* É preciso ter vontade política, independência e coragem para enfrentar os poderosos interesses do grande capital que de forma direta são contrários aos interesse da classe trabalhadora, que por falta de investimento adequado, fica privada das políticas públicas essenciais nas áreas da saúde, educação, transporte, habitação popular e segurança pública, principalmente. É preciso para de aceitar apenas as "migalhas". Só a luta muda a vida !!

* Segue abaixo mais um texto esclarecedor sobre este tema tão importante, mas ignorado. É um texto longo para blogs, reconheço, mas vale a pena se informar um pouco mais.

"Dívida pública compromete estado de bem-estar social.

Tem sido longo o processo de conquistas de direitos sociais pela população no Brasil. Trabalhadores, sindicatos, legisladores comemoraram, quando em 1988, a nova Constituição Brasileira, institucionalizou a Seguridade Social como direito do cidadão e obrigação do Estado. Esse tripé, formado pelas áreas da Saúde, Previdência e Assistência Social, buscava assistir o cidadão em situações de velhice, doença, acidente de trabalho, invalidez e desemprego.
Apesar desses avanços ainda tímidos da Seguridade no país, esse escopo, construído no campo de luta dos trabalhadores, vem sendo objeto de investidas do capital para adequá-lo aos seus interesses. Tais adequações se traduzem em reformas e ajustes que os trabalhadores tanto conhecem, pois seus direitos são reduzidos a cada reforma.

A candidata Maria Lucia Fattorelli, que vem coordenando desde 2001 a associação “Auditoria Cidadã da Dívida” (atualmente licenciada para dedicar-se à campanha ao cargo de deputada federal pelo Partido Socialismo e Liberdade – PSOL/DF), lembra que apesar de tais conquistas, algumas características da nossa sociedade – como nível de pobreza da população, desigualdade socioeconômica, mercado de trabalho excludente -, ainda tornam esse modelo de seguridade ineficiente. “O Estado ainda não garante uma rede de proteção universal à população e ainda assim, vem querendo colocar em pauta, projetos e reformas que retiram ainda mais direitos dos brasileiros, com o argumento de ausência de recursos”, critica.
Os discursos que justificam a adequação no campo da seguridade social passam pela questão financeira e os conjunto das reformas da seguridade social parecem soar como uma necessidade real.

Mas qual realidade da Seguridade Social no país?
Estudiosa da questão da dívida pública e suas consequências, a candidata Maria Lucia Fattorelli (PSOL-DF) lembra que os constituintes além de regulamentar o direito do cidadão, com a criação da Seguridade Social, garantiram o seu financiamento fixando as fontes de receitas provenientes de contribuições sociais pagas pela sociedade, trabalhadores e empresas. “A Seguridade Social passou a ser sustentada não somente pela contribuição incidente sobre a folha de pagamento dos trabalhadores, mas também pelas contribuições sociais como a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), entre outras fontes. Não faltam recursos”ressaltou.
Fattorelli destaca que o problema hoje é que os recursos da seguridade são realocados para outras áreas, principalmente para integrar o sistema da dívida pública, que tem prioridade dentre todas as despesas. “Atualmente, até 20% de recursos vinculados podem ser desviados por meio da Desvinculação das Receitas da União (DRU), e têm se destinado ao cumprimento do superávit primário, a fim de garantir o pagamento de juros da dívida”, esclarece.

Do ponto de vista político, o que os governos pretendem é incorporar as necessidades da população à uma nova ordem do capital. Do ponto de vista social, a sociedade acompanha uma “privatização” dos serviços públicos na medida em que empresas passaram a oferecer serviços sociais que antes eram exclusivos do governo à população.
“A população precisa conhecer as artimanhas do sistema financeiro, sua atuação e os prejuízos para nós brasileiros. Conhecer é o primeiro passo para cobrarmos mudanças”, defende a candidata."

* Conheça mais detalhes sobre a seguridade social e a dívida pública no artigo abaixo:
http://www.auditoriacidada.org.br/wp-content/uploads/2012/07/SeguridadeDivida.pdf

2 comentários :

  1. uma vez a um tempão atras me filiei ao Psol será que ainda vale ? com o o povo aqui de Tamoios...simpatizo com o Psol. estou quase saindo do boicote ...rsss

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  2. Valery, vou pedir para a secretária do partido verificar e fazer um contato com você. Me informe seu email. Ou então ela pode tentar um contato pelo face.

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