NOTÍCIAS E FATOS

* A opção feita pelos dois últimos prefeitos(Alair e Marquinhos) por um "turismo de massa" passa por um esgotamento na infraestrutura da cidade, que não acompanhou a evolução no número de visitantes, e começa a ser muito questionada por grande parte da população em função dos transtornos que causam. A pasta do Turismo nestes dois governos nunca foi ocupada por um técnico ou especialista na área. Sempre indicações políticas, logo, nunca houve, de fato, um projeto integrado e nem uma avaliação sobre os "ganhos e perdas" para a cidade deste modelo e seus impactos na vida do morador.

* Algumas questões precisam ser avaliadas por um estudo técnico de viabilidade turística: A renda gerada e apropriada pelos comerciantes, hoteleiros e demais segmentos empresariais não são públicas e sim privadas. Este ganho empresarial se transforma em impostas para o município? Quanto? Gera quantos empregos de carteira assinada? Nunca ninguém respondeu isso.

* Os gastos públicos na limpeza da cidade, em pessoal mobilizado para tais tarefas, um maior investimento na saúde devido ao aumento da demanda, além de outras áreas do setor público envolvidas, compensam o retorno em impostos e em imagem para a cidade? O valor excessivo gasto em shows milionários para atrair este perfil de turista vale o retorno? São também questionamentos sem respostas. Não há nenhuma avaliação ao final da temporada.

* Mais da metade da população vive na informalidade, logo, esta opção pelo turismo massificado permite gerar emprego sem qualificação e de baixa remuneração para estas pessoas. É uma artimanha política pragmática que gera votos e aceitação, mas não tem um caráter duradouro. Não há um controle efetivo do número de trabalhadores autônomos. Existem escolhas por critérios políticos e não de necessidades reais para as pessoas exercerem o direito ao trabalho. Nunca houve um projeto integrado de qualificação profissional para melhorar a empregabilidade e a renda destas pessoas.

* A promessa não cumprida por ambos governantes da construção de um Centro de Convenções para agregar qualidade ao turismo e torná-lo efetivo durante todo o ano é outro aspecto negativo. Os valores gastos de forma faraônica e perdulária em várias transformações da orla da praia beiram a incompetência e a improbidade. Existem sempre suspeitas de superfaturamento. Nenhuma transparência é dada sobre os valores gastos.

* Este ano, especialmente, toda esta desorganização ficou e ainda está patente. Será que a população está feliz com o tal "Verão Inesquecível"? O turista pode até estar, mas a população não está e a mídia e as redes sociais estão capturando toda esta insatisfação. O governo foi eleito para governar prioritariamente para a população da cidade e ela nunca é consultada. Participação popular na administração pública não é o forte destes "caras".

* Para sairmos desta discussão estéril, onde ninguém apresenta dados reais, até porque como foi citado não há um estudo sério de viabilidades, precisamos de uma transformação na Secretaria de Turismo e também na Secretaria de Desenvolvimento, com gente preparada e com "expertise" nestas áreas para finalmente fazer uma gestão qualificada neste segmento com um projeto exequível que integre todos os setores envolvidos.
O problema é que "eles" não querem nenhum tipo de mudança, mesmo que seja para beneficiar a cidade, pois com este "esquema" conseguem mandatos sucessivos.

* Estes valores gastos com estes shows milionários são a prova cabal desta irresponsabilidade. Mais de 2 milhões de reais, numa cidade que atravessa sérios problemas na saúde, educação e habitação popular. São escolhas políticas feita sob encomenda para gerar este perfil turístico e fazer a manutenção daquela política "pão e circo" que seduz uma parcela significativa da população que não percebe que o benefício fugaz de uma renda extra neste período não compensa as agruras que vai passar o ano todo nestas áreas de políticas públicas essenciais citadas.

* Por que não valorizar mais os artistas locais? Por que não descentralizar mais os locais para shows, abrindo possibilidades de uma variação maior de ritmos e estilos? Por que não implantar um projeto semelhantes as lonas culturais que demandam uma estrutura bem menor e mais barata e nem por isso menos divertida ?
O problema é que "eles" tem uma necessidade enorme de se mostrarem "grandes realizadores" com o ego suplantando os interesses públicos e coletivos.

* Este modelo também gera um aumento da violência na cidade que já está insuportável. Até "ESPADA" os policiais estão apreendendo junto aos bandidos. O aumento da violência urbana em Cabo Frio tem uma vertente que passa pela migração maior de bandidos oriundos das fracassadas UPP's do Rio e da Região Metropolitana, mas não podemos nos iludir e achar que é só por isso. A falta de políticas estruturantes de geração de emprego, de políticas públicas para a juventude, na área de esporte, cultura e educação, principalmente na periferia, fez aumentar este "caldo de cultura da violência", jogando uma ou duas gerações de jovens na criminalidade. Ninguém consegue enxergar políticas efetivas nestas áreas comandadas pelos dois últimos "probos" administradores.
Mas eles estão aí, eleitos e reeleitos. Quem votou não pode reclamar agora !!!!!!!!

* Outra coisa que impressiona é a visão que este "novo" velho governo tem do que significa "Progresso". Progresso para "eles" é asfalto, concreto, obras que impressionam turistas incautos. O verdadeiro progresso está nas ações que visam reduzir desigualdades sociais, equilibrar a distribuição de riquezas entre os mais diversos segmentos e proporcionar melhor qualidade de vida a população. Esta é a grande tarefa do Estado, seja em que nível for, nacional, estadual e municipal, cada um com sua função e responsabilidade específica. Na questão social vivenciamos um atraso que está chegando a vinte anos. O atual quadro caótico das principais políticas públicas na cidade atestam isso.
Informação e renovação são palavras chaves para 2014 e 2016!!!!!!!

* Um outro aspecto que iguala estes dois governos que infelicitam a população há 16 anos é o discurso religioso. Vazio como o banner acima, é usado para iludir, justificar e procrastinar todas as falhas cometidas com a população na adoção das políticas públicas essenciais. A população não vê e nem se sente contemplada com os quase 6 bilhões arrecadados no período. Tem gente que diz que "eles" falam de Deus de manhã e na calada da noite desviam os recursos públicos. Os processos judiciais das mais diversas espécies estão aí para comprovar este fato.
Vale lembrar aquele velho dito popular: " Não se põe remendo novo em pano velho".

* O nepotismo e as nomeações políticas de aliados é outro traço comum nas administrações da cidade nos últimos 16 anos e também nos quase 5.600 municípios do Brasil. Este atual "novo" velho governo, de fato, é campeão neste assunto. Entretanto, os segmentos políticos ligados ao ex-prefeito Marcos Mendes não tem nenhuma legitimidade para contestar tais práticas, visto que elas se repetiam de igual forma. É só lembrar e analisar a composição do governo anterior. O inchaço da máquina pública é um dos entraves ao desenvolvimento do município e também responsável pela precarização das condições de trabalho dos verdadeiros funcionários públicos. Temos denunciado este fato, desde 2008 em todas as nossas participações em campanhas políticas e espaços de entrevistas e debates. Isto só reforça o argumento de que ambos são "farinhas do mesmo saco político" e as críticas pontuais de lado a lado, apenas representam "picuinhas" e interesses pessoais contrariados. Ninguém pode esquecer que caminharam juntos durante mais de 10 anos.
A nomeação de pessoas sem a devida qualificação técnica para integrar alguns postos chaves da administração pública determina a péssima qualidade das políticas públicas que vêm sendo apresentadas para a população nos últimos anos, principalmente,no turismo, conforme citado no primeiro post, na educação, saúde, habitação popular e políticas de geração de emprego e renda.

* A política e seu pragmatismo que não geram mudanças: A presidente Dilma terá três palanques se quiser no Estado do Rio de Janeiro. Pezão, Lindinho e Garotinho(podia ser Pezinho para combinar), ferozes adversários entre si, declaram apoio incondicional a reeleição da petista. Este vale tudo por vitória tem um preço pós eleição e quem paga a conta é você ou nós eleitores. Não há projetos programáticos em comum, apenas interesses eleitoreiros de grupos.

* Vem muita porradaria por aí em 2014, principalmente na Copa. O Governo Federal do PT acaba de criar um Tropa de Choque de 10 mil homens para impedir manifestações durante o evento. Os policiais fazem parte da Força Nacional de Segurança, criada por Lula em 2007, e será deslocada para as 12 cidades que sediam grupos da Copa, mas com foco maior no Rio e São Paulo. É o aparato repressor do "governo dos trabalhadores" para oprimir trabalhadores. Tem uma galera zoando nas redes sociais dizendo: "Tudo isso é por medo do Gigante que acordou" !!!!!!!!

* A FIFA quer ainda criar uma lei mais dura que enquadre os manifestantes como terroristas. Esta até o governo está temeroso de sancionar, mas tem senadores e deputados no lobby da entidade para fazer força pela aprovação. Ela já conseguiu suprimir a meia-entrada nos jogos, ferindo uma recente lei brasileira aprovada. Isso também será alvo de protestos.

* A Revista Carta Capital trás uma matéria interessante sobre o racismo no Brasil. Vale a pena ler e fazer uma reflexão. Confira na link abaixo:

"O racismo em números
A esmagadora maioria dos beneficiários do Brasil Sem Miséria é de negros, comprova levantamento do governo federal. Estatísticas desvelam o racismo brasileiro, sustentado em três séculos de escravidão, como uma verdade factual. Por Miguel Martins | http://bit.ly/1dxiSgK"

* O senso comum costuma afirmar : "Vivemos tempos difíceis" !
Logo surge na cabeça das pessoas que precisamos buscar uma nova forma de organizar a sociedade. É um debate difícil e complexo porque passa por visão de mundo, ideologia, espiritualidade, crença ou fé, herança cultural, classe social, organização política, além de outros. Mas quase todo mundo concorda que algo precisa ser feito, mas ninguém sabe o tamanho e a profundidade das mudanças que são possíveis. Sobre este tema, compartilho a reflexão feita e escrita no face com enorme sensibilidade pelo Prof. Rogério Carvalho:

"Hoje durante o almoço eu e o meu filho presenciamos uma cena que lhe serviu para ilustrar a sociedade em que vivemos.
Saímos para almoçar e na hora de pagar a conta um casal de idosos entrava no restaurante. Vestidos com muita simplicidade, aparentemente exaustos e castigados pelo calor perguntaram quanto custava para comer ali. Diante da resposta da operadora do caixa, se retiraram no mesmo momento em que também saíamos. Olhei para o meu filho para ver se ele prestava atenção à cena enquanto ele já me perguntava: "Eles não têm dinheiro. Não é pai?"
Ficamos nós dois ali observando o casal se afastar debaixo daquele Sol. Puxei meu filho em direção aos dois e lhes perguntei se podíamos ajudá-los a fazer a refeição. O senhor então agradeceu e disse que não precisava. A senhora, visivelmente exausta, andava se apoiando na parede. Nós então insistimos na tentativa de ajudar: Eu lhes disse que na rua abaixo havia um restaurante com preço mais em conta e que nós podíamos lhes dar uma carona até lá. Visivelmente desconfiado ele novamente recusou. Eu e meu filho então nos afastamos em silêncio em direção ao carro. Não estou contando isso para me vangloriar.Até porque não consegui ajudar. Sei bem que o que a "mão direita faz a mão esquerda não precisa saber."
No carro me senti culpado por ter um ar condicionado e até por ter comido no restaurante. Um tipo de culpa irracional que os racionais eliminam com o vazio discurso do mérito. A cena era apenas um ínfimo sintoma da doente sociedade na qual vivemos. Queria dividir a culpa com o meu filho, mas achei que ele não entenderia. Queria dizer-lhe o quão responsável somos pela sociedade e que toda vez que um ser humano sofre por falta de dignidade, toda a humanidade se torna indigna.Mas o meu filho quebrou o silêncio dizendo: "Eles estavam com fome e eu deixei um pouco de comida no prato." E logo em seguida discutíamos sobre o capitalismo, socialismo a fraqueza do Estado e sobre o futuro. Sobre o futuro dele, pois o meu e o daquele casal de idosos já era presente. É também um ato de rebeldia formar cidadãos críticos e os fazê-los questionar o atual estado das coisas.
Quanto aos dois idosos, não sei se almoçaram, desapareceram no oco desse mundo. Mas com certeza o meu filho não os esquecerá."

Ainda dá tempo. FELIZ 2014 !!!!!!!!!!!!!!!